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Fábio Seixas

Futurologia

Números mostram que Vettel corre para superar Schumacher e se tornar o melhor da história

Vettel já é tetracampeão, até a Ferrari reconhece.

O fato de Alonso ainda estar na disputa é um "milagre" --e o fato de a expressão ter sido usada pelo espanhol, um dos maiores egos do grid, diz muito. A fatura está liquidada, o resto é filigrana. Em Suzuka ou na Índia, isso também é detalhe.

A pergunta mais importante é outra: onde Vettel pode chegar em sua carreira?

A matemática pode ajudar no exercício de futurologia. Que, como todas as brincadeiras deste tipo, requer algumas premissas.

Suponhamos, por exemplo, que Vettel continue na Red Bull até o fim da carreira. Não é uma hipótese absurda, visto que ele é um filho da escuderia e que retribui o carinho com bom comportamento e títulos a rodo. Nunca, mesmo nas mais bizarras especulações de mercado, cogitou-se sua saída da equipe.

Consideremos que o carro continuará andando na frente. Outro cenário plausível, já que dinheiro não é problema, que o dono é apaixonado por velocidade e que Newey, aos 54, ainda tem gasolina para queimar.

Por fim, um palpite sobre sua permanência no grid. Vettel tem 26 anos. Webber, seu companheiro, vai parar aos 37, uma idade normal para aposentadoria de um piloto com bom trânsito na F-1. O alemão teria, assim, mais dez temporadas na categoria.

(Há quem supere esta marca, claro. Schumacher correu até os 43. Barrichello, até os 39. Mas a ideia aqui é fazer uma conta conservadora, com viés de baixa.)

Às contas, pois.

No final do ano, Vettel terá completado 6,5 temporadas na F-1 --correu oito provas entre 2007 e 2008, por BMW e Toro Rosso. É só aplicar às suas marcas uma regrinha de três, daquelas que aprendemos na escola.

O exercício, meus amigos, chega aos seguintes números. Vettel encerrará a carreira em 2023 com mais ou menos 304 GPs, dez títulos mundiais, 86 vitórias, 106 poles e 53 melhores voltas.

Em corridas disputadas, deve ficar aquém de Barrichello (322) e Schumacher (306).

Em duas estatísticas de desempenho, caminha para recordes absolutos: deve superar os sete títulos e as 68 poles de Schumacher. Mas ficaria atrás do compatriota em vitórias (91) e melhores voltas (77).

Tem explicação. Schumacher foi mais dominante, embora muita gente não lembre disso. Em 2004, venceu 13 das 18 corridas, um aproveitamento de 72%. Corria sozinho.

Vettel nunca chegou perto disso, sempre enfrentou mais concorrência. E, claro, não é preciso ser tão arrasador para conquistar títulos.

Ao pendurar o capacete, o quase quarentão não terá mais cara de garoto e, também por isso, será aclamado como o maior de todos os tempos.

Sorte nossa de testemunhar uma história tão brilhante.

(Cobrem-me em 2023.)

fseixasf1@gmail.com


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