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Prancheta do PVC

Quem dá bola?

Ter mais posse de bola não é o único jeito de ser bom e moderno, e o Cruzeiro é a prova disso no Brasileiro

PAULO VINÍCIUS COELHO

APESAR DA DERROTA, o Cruzeiro continua líder e disparado no Brasileirão, mas é apenas o sexto colocado em posse de bola. O líder nesse quesito no campeonato é o São Paulo, na briga contra o rebaixamento desde o início de sua campanha. Há quase dez anos, o Barcelona dá a impressão de que ter mais posse de bola é o único jeito de ser bom e moderno. Não é.

A Universidade de Sunderland realizou estudo com 810 jogadores da Premier League em 54 partidas e chegou à conclusão de que tendo a bola ou não os jogadores das duas equipes percorrem as mesmas distâncias durante uma partida.

A lógica de que o Barcelona faz os rivais correrem mais atrás de seus jogadores não se sustenta, de acordo com este estudo.

Ter a bola não é o único critério para ser mais ou menos atual, no futebol. Há times brilhantes de posse de bola, outros fantásticos que preferem o contra-ataque, times históricos foram retrancas intransponíveis, fortes equipes preferiram os lançamentos longos.

A questão é o estilo.

No sábado, o Brasil teve 63% de posse de bola para vencer a Coreia do Sul, dirigida por Hong Myung Bo, discípulo do holandês Guus Hiddink, com quem os coreanos tiveram mais posse de bola do que todos os adversários para terminarem a Copa do Mundo de 2002 em quarto lugar. Se a Coreia quer ter a bola e não consegue vai perder o jogo. Se planeja entregar o controle ao adversário e contra-atacar e o plano funciona, pode vencer.

Dos 63% de posse de bola da seleção no amistoso na Coreia do Sul, a maior parte ficou com David Luiz. Por vezes, o Brasil é organizado pelos zagueiros e isso é ruim, mesmo que Thiago Silva e David Luiz tenham mais visão de jogo do que vários armadores do Brasileirão.

Em Seul, o segundo colocado em bola no pé foi Neymar. Não significa que ele vai armar as jogadas de ataque, mas no pé dele a chance de acontecer coisa importante --e rápido-- é bem grande.

Como aconteceu no amistoso de sábado, contra a Coreia do Sul.

O Cruzeiro não faz questão de ter a bola na maior parte do tempo. No Campeonato Brasileiro, a estatística que mais conta é o número de finalizações. O Cruzeiro gosta das tabelas curtas e rápidas, de chegar com velocidade à área adversária, como no contra-ataque mortal do gol de Everton Ribeiro contra o Flamengo, pela Copa do Brasil.

A estatística é parecida também com o do Inglês. O Manchester United foi campeão da temporada passada com o 6º maior índice de posse de bola. O técnico era o escocês Alex Ferguson. Historicamente, os escoceses prezam mais o toque de bola do que os treinadores ingleses.

Mas Ferguson sabe que não é fundamental jogar como o Barcelona para ser bom ou para ser moderno. É uma questão de estilo.

O Cruzeiro líder do Brasileirão comprova isso. A Universidade de Sunderland avaliza.

SELEÇÕES RESISTEM

Os clubes dominam, especialmente nas últimas décadas, mas a noite de sexta em Santiago foi uma demonstração de que o carinho pelas seleções resistem. A cada gol do Chile houve festa indescritível. O Chile está prestes a classificar-se para duas Copas seguidas pela primeira vez desde 1966.

O ANTI-TÍTULO

O Grêmio fez 1 a 0 no Flu e recuou. Tem sido assim. Renato Gaúcho faz diferente de outros times que montou. Defende, defende, e, às vezes, ataca. Ganha jogos, mas não o suficiente para ser líder. Essa estratégia pode ser boa para vencer jogos, não torneios. Para o título, é necessário agredir mais.


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