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Paulo Vinícius Coelho

Manchou

Divergências entre os uniformizados e os torcedores comuns são antigas. A de ontem, triste

Os cantos das arquibancadas enquanto a bola ainda rolava e havia esperança de vitória sobre o São Caetano faziam justiça à frase "Pátria Amada, Palmeiras!" bordada na camisa amarela, referência à Academia que representou a seleção em 1965. A torcida uniformizada cantava: "Nada vai mudar o nosso amor, nada vai mudar nossa paixão!"

O apito final mudou a cantoria e o discurso. "Segunda divisão não é mais que obrigação", "time sem vergonha", "Paulo Nobre, não sou otário, cadê o projeto para o nosso centenário." Os três coros ecoaram na arquibancada amarela do Pacaembu, onde estava a torcida uniformizada. No setor verde, torcedores desciam as escadas gritando apenas "Palmeiras!" Alguns xingavam a Mancha Verde.

Divergências entre os uniformizados e os torcedores comuns são antigas. A de ontem, triste. O acesso com empate por 0 a 0 com o São Caetano foi opaco, mas confirmou o retorno à elite seis rodadas antes do final da Série B. Time sem vergonha não garante o retorno à Série A com tanta antecedência. Vasco e Atlético-MG precisaram de mais tempo, o Corinthians subiu na mesma 32ª rodada.

O empate murcho serviu para decidir que não haverá festa, como queria parte da diretoria. Pode ser só uma festinha miúda e envergonhada pelo empate por 0 a 0, mas não era para xingar a equipe. Menos!

O Palmeiras continua precisando de paz, entre time e torcida, situação e oposição, clube e construtora... Precisa de planejamento para voltar à primeira divisão pensando em ser o primeiro recém-promovido campeão brasileiro. Não é fácil. Mais difícil é não sonhar.

O empate chocho diminui também a chance de continuidade de Gilson Kleina. A parte profissional da diretoria trabalhou pela sua continuação "" Brunoro e Omar Feitosa. A parte amadora do clube, conselheiros próximos ao presidente, querem uma grife. Verdade que Kleina não fez seu time jogar convincentemente nas últimas rodadas e o 0 a 0 de ontem reforça a teoria de que será melhor ter Vanderlei Luxemburgo, Abel Braga, Mano Menezes ou até Dorival Júnior no ano que vem.

O contraponto é Jayme de Almeida, técnico gente boa, sem nome nem pompa, que levou o Flamengo à semifinal da Copa do Brasil.

Grife não ganha jogo nem campeonato.

Certezas ajudam mais. Se o Palmeiras não tem certeza de que Kleina é o cara, então troque. Mas não por um nomão apenas para proteger os dirigentes inconsistentes. O Palmeiras precisa de um plano para voltar a ser forte e campeão.

Se o empate por 0 a 0 fosse o maior problema, o clube não festejaria até hoje o primeiro bicampeonato brasileiro conquistado com 0 a 0 com o Botafogo em 1972 e com o São Paulo em 1973. A falta de sensibilidade de ontem mancha muito mais.


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