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Piloto alemão de 26 anos revela ter sentido 'vazio' ao cruzar a linha de chegada do GP da Índia e se tornar o mais jovem tetracampeão da F-1

TATIANA CUNHA ENVIADA A GREATER NOIDA (ÍNDIA)

Depois da bandeirada, um "vazio". A comemoração com derrapagens na pista, o agradecimento de joelhos a Heidi --apelido de seu carro. Abraços e mais abraços. E só então a ficha caiu. Instantes antes de subir ao pódio na Índia, Sebastian Vettel se deu conta do que tinha acontecido.

Ao vencer ontem a corrida em Greater Noida, a sexta seguida e a décima no ano, tinha acabado de se transformar no mais jovem tetracampeão da F-1, aos 26. E colocado seu nome ao lado de Michael Schumacher, Juan Manuel Fangio e Alain Prost na lista dos maiores campeões da categoria.

E então veio o choro, compulsivo, na sala que antecede a cerimonia de premiação. Ao seu lado, Nico Rosberg, o segundo no GP indiano, e Romain Grosjean, o terceiro.

Recomposto, pôde então ir para o pódio para ouvir pela 36ª vez em sua carreira o hino alemão, do lugar mais alto.

"Assim que cruzei a linha de chegada me deu um vazio. Este é um daqueles momentos em que há tanto a falar, mas é tão difícil", disse, ainda no pódio. "Tentei por muito tempo pensar em alguma coisa para dizer, mas é difícil."

Com a garrafa de champanhe que acabara de ganhar em uma mão e um celular na outra, para receber os parabéns dos pais e do irmão, entrou na sala de coletivas da FIA (Federação Internacional de Automobilismo), já mais calmo, mas começando a mostrar os efeitos do álcool.

Com as bochechas vermelhas e rindo muito, tentou explicar o que estava sentindo.

"Quando me ajoelhei na frente do carro, estava tentando mostrar meu agradecimento a todos da equipe, que trabalham tão duro. Não sou egoísta e sei que nosso sucesso não se deve só a mim. Os mecânicos trabalham muito e ganham pouco. Tenho certeza de que seria melhor para eles trabalhar no McDonald's, mas eles fazem isso por amor", afirmou Vettel, antes de dar outra golada no champanhe para celebrar também o quarto Mundial de Construtores da Red Bull.

"Dormi pouco esta noite [a passada], estava muito nervoso antes da corrida e, depois que cruzei a linha de chegada, foi estranho, ainda não consigo entender o que fiz. Acho que ainda sou muito novo para colocar as coisas em perspectiva. Talvez quando eu tiver uns 60 anos eu entenda", disse o alemão que se tornou, aos 26 anos, o terceiro piloto a conquistar quatro títulos seguidos. Antes dele, apenas Schumacher e Fangio haviam feito o mesmo.

Apesar de ter chegado à Índia precisando só de um quinto lugar (ou dez pontos) para conquistar o Mundial com três corridas de antecipação, Vettel não relaxou. Foi o mais veloz em todos os treinos livres, cravou a pole e venceu pela terceira vez em três edições no Buddh International Circuit.

Com 322 pontos, não pode mais ser alcançado por Fernando Alonso, que foi o 11º e continua com 207 pontos.

Ontem, pela primeira vez, Vettel viu outros dois pilotos liderarem um GP em solo indiano: Felipe Massa e Mark Webber, seu companheiro de equipe. Mas sua vitória nunca esteve ameaçada.

"Estou maravilhado, é um dos melhores dias da minha vida. Quando era pequeno, a F-1 era um sonho tão distante. Estar aqui, agora... Só tenho que agradecer por tudo."


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