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Lúcio Ribeiro

Os pontos corridos e o Coritiba

À luz do Brasileirão "sem graça", vem a dúvida sobre a fórmula ideal de disputa. Mas o Coxa nos mostra que...

A liga com pontos corridos no modelo europeu tem um efeito imediato: os times com mais dinheiro são mais vencedores.

Qualquer alienígena recém-chegado à Terra vai achar que isso é justo, nos primeiros contatos com futebol. Quem tem mais condições monta elencos mais fortes, segura suas pérolas da base, tem uma preparação melhor, com profissionais mais bem gabaritados, num bom e aparelhado centro de treinamento, e, portanto, tem mais chances de ser campeão.

No mundo inteiro é assim. Conte nos dedos as zebras na Europa. Na Inglaterra, Manchester City e Chelsea, com mais dinheiro do que tradição, entraram na lista dos hoje possíveis vencedores.

O Valencia se aventurou a quebrar a hegemonia uma única vez nos últimos dez anos de reino do Real Madrid e Barcelona (na verdade, dois em 12 anos). Nos anos 90, apenas La Coruña e Atlético de Madrid conseguiram se meter nessa sequência. Já nos anos 80, os bascos do Athletic e da Real Sociedad venceram quatro dos dez. Mudou o regulamento do torneio? Não, mudou a distribuição da grana.

No Brasil, é um pouco (mas não muito) diferente. A dissonância principal é que os "grandes" aqui são vários. E, por isso, teoricamente, as disputas sempre serão mais emocionantes, porque muitos times têm chance de levar a taça.

Na prática, não. Fora o Cruzeiro em 2003 e em 2013, todos os outros títulos de pontos corridos foram vencidos por paulistas e cariocas. Este Brasileirão-2013 até que mostrou bravos concorrentes, tipo o Goiás, o Atlético-PR, mas o limite parece ser o G4.

O Coritiba é o melhor exemplo de todos. Começou detonando. Liderou o torneio, encantou, goleou. Daí sofreu com contusões de todos os seus principais jogadores cansados, mais velhos, mais rodados. Hoje ronda a zona de rebaixamento, alternando grandes partidas com derrotas bisonhas (Alô, Itagüi!).

No eventual mata-mata, porém, o Coxa poderia muito bem tentar repetir seu êxito de 1985, quando foi campeão. Num exercício livre de jogo de ida e volta, contando os turnos, o time paranaense se classificaria contra o Grêmio (venceu dentro e fora de casa). Levaria sobre o rival Furacão no quesito gol fora de casa (venceu por 1 x 0 no Couto e perdeu por 2 x 1 no Durival de Brito). E seria, da mesma forma, eliminado no gol fora de casa pelo Cruzeiro (como perdeu em suas duas finais de Copa do Brasil, 2011 e 2012).

Contra o Botafogo, o último dos membros do G4, a disputa segue aberta. O Coritiba perdeu por 3 x 1 no turno, fora de casa, e ainda "decide" a última partida (na última rodada) em casa.

Dito isso, sigo a favor dos pontos corridos como liga e do mata-mata na Copa do Brasil. Duas competições interessantes, cada uma com a sua peculiaridade. O que talvez precisa mudar é a forma de distribuição de renda. Um torneio mais disputado, com um gap menor financeiro, tem muito mais bom senso do que o próprio Bom Senso tem defendido.


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