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Análise

Ao convocar jogador, técnico do Brasil pretendia enfraquecer seleção da Espanha

PAULO VINÍCIUS COELHO COLUNISTA DA FOLHA

Há três razões para Felipão ter insistido na convocação de Diego Costa: 1) reforçar seu ataque; 2) enfraquecer a Espanha; 3) marcar a posição do Brasil em um momento em que a Fifa torna possível às seleções europeias "contratar" atletas de outros times nacionais.

O jogador não é um craque, mas um goleador. Disputou dois amistosos pelo Brasil e agora é pretendido pela Espanha, situação proibida até pouco tempo atrás.

Os dois amores têm origem nas crises dos ataques brasileiro e espanhol.

Felipão não disse a Diego Costa que ele iria à Copa do Mundo se optasse pelo Brasil. Falou que jogaria dois amistosos, contra Honduras e Chile, para ter chance igual à que Leandro Damião teve --e não aproveitou.

O técnico do Brasil sabia que o atacante se inclinava mais para a seleção europeia.

Por que, então, tanta pressão para tê-lo? Enfraquecer a Espanha. E também deixar claro que o Brasil não vai aceitar ter atletas que já jogaram por sua seleção com a nacionalidade comprada.

Até a Copa de 1962, era possível um jogador trocar de seleção. O húngaro Puskas jogou pelo país onde nasceu na Copa de 54 e pela Espanha a de 1962. O brasileiro Mazzola foi campeão mundial em 1958 e jogou pela Itália quatro anos depois.

A partir de 1966, isso acabou. Jogadores de um país só poderiam jogar por outras seleções se fossem naturalizados e se não tivessem atuado por sua nação de origem. Ninguém discute o direito de um jogador se sentir mais espanhol do que brasileiro. Mas é preciso evitar o comércio de passaportes.

Depois de 1966, ainda houve casos bizarros, mas menos.Neste tempo em que clubes espanhóis, ingleses e alemães dominam o mundo, os torneios de seleções só fazem sentido para representar um país. Então, deve haver uma premissa: nacionalidade não se vende.


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