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Brasil recruta estrangeiros para Olimpíada

RIO-2016 Modalidades sem tradição no país se espelham em estratégia de naturalização para formar equipes

PAULO ROBERTO CONDE DE SÃO PAULO

Para corresponder à expectativa de obter resultados na Olimpíada-2012, o Reino Unido naturalizou estrangeiros. A tática rendeu críticas, mas deu certo. Da delegação de 542 atletas que competiram em 2012, 61 se encaixavam no perfil.

Entre as 65 medalhas obtidas no evento, 24 vieram com os chamados "plastic brits" (britânicos de plástico), como o fundista Mo Farah, um somaliano de nascimento que venceu os 5.000 m e os 10.000 m.

Em uma escala menor, o Brasil apostará no mesmo expediente para a Rio-2016.

Muitas confederações têm trabalhado para naturalizar ou recrutar atletas que sejam descendentes de brasileiros.

Quem busca os reforços são principalmente esportes com pouca tradição, como o polo aquático, a luta olímpica, a canoagem, a esgrima, o hóquei na grama e o rúgbi.

Ausente dos Jogos Olímpicos desde Los Angeles, em 1984, o polo aquático masculino lidera na quantidade de estrangeiros pretendidos.

São cinco: o croata Josip Vrlic, o sérvio Slobodan Soro, o cubano Ives Gonzalez e Felipe Perrone, um brasileiro que se naturalizou espanhol.

Outro que está na mira é Tony Azevedo. Filho de brasileiros, ele foi vice-campeão olímpico pelos EUA na Olimpíada de Pequim, em 2008.

Todos eles atuam no Brasil. Gonzalez defendeu por dez anos a seleção cubana. Em 2006, conheceu Luana, uma brasileira que cursava medicina em Havana. Hoje, Gonzalez joga pelo Pinheiros.

Soro e Vrlic fizeram boas carreiras nas seleções de seus países, duas das mais fortes do mundo, e são as maiores investidas da CBDA (Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos). A intenção é que, com eles, o masculino chegue às quartas de final.

"Mas não queremos caras que caiam de paraquedas, joguem e vão embora. Será um legado", afirma Ricardo Cabral, supervisor da CBDA.

Se tem alguém que não deseja ir embora do Brasil é Marat Garipov. Nascido no Cazaquistão, ele interpelou o presidente da CBLA (Confederação Brasileira de Lutas Associadas), Pedro Gama Filho. Queria virar brasileiro. "Eu me pareço com os brasileiros e posso ganhar de cubanos e americanos", diz Garipov.

O Brasil nunca obteve uma medalha olímpica nas lutas.

O processo para se naturalizar está em andamento há um ano. Além dele, a CBLA planeja naturalizar o armênio Edward Soghomonyan.

Na mesma toada estão os esforços da confederação de esgrima para ter Ghislain Perrier, 26, nascido em Fortaleza, mas cidadão francês.

Já a Confederação Brasileira de Canoagem quer dar cidadania a uma portuguesa.

A CBRu (Confederação Brasileira de Rúgbi) inovou e, em julho, pôs anúncios em sites internacionais especializados, ao estilo "procuram-se atletas". Um inglês e uma francesa foram aprovados.

O COB (Comitê Olímpico Brasileiro) afirmou que não se opõe às confederações que queiram naturalizar estrangeiro e que, para isso, sigam as regras de cada modalidade e a legislação de cada país.


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