Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Esporte

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Ministério interdita guindastes até a elucidação do caso

ITAQUERÃO
Fiscais do governo federal estiveram ontem no estádio para verificar condições de trabalho

ALEX SABINO DE SÃO PAULO

Quando os operários voltarem ao trabalho, na segunda, poderão fazer apenas serviços de acabamento no Itaquerão, como pintura e colocação de assentos.

Fiscais do Ministério do Trabalho interditaram nove guindastes que atualmente estão no canteiro de obras. A medida vale até que se descubra a causa do acidente que matou dois funcionários anteontem.

"Vai atrasar o cronograma, mas isso não é nossa área. Nossa prioridade é garantir a segurança dos trabalhadores", afirma Antônio Pereira, um dos auditores do ministério presentes na fiscalização ontem de manhã.

Antes do acidente, o prazo para a entrega do palco de abertura da Copa do Mundo era 5 de janeiro.

Os fiscais pediram que a construtora mostre os cálculos usados para montar a base para o guindaste.

"Não pode ser uma base qualquer. Deve considerar o peso do equipamento e as toneladas que poderia erguer", diz Armando Henrique, presidente da Federação Nacional dos Técnicos de Segurança do Trabalho.

Os auditores pretendem ouvir representantes do fabricante do guindaste. Também serão chamados responsáveis pelas empresas terceirizadas que operavam a máquina.

O guindaste possuía uma caixa preta, que registra dados e diálogos. O dispositivo, que pode ter registrado um movimento anormal antes do tombamento, será avaliado.

PRAZO

"É difícil determinar um prazo de interdição. Depende do poder de fogo da construtora", afirma Jair Paca de Lima, coordenador da Defesa Civil de São Paulo.

Ele explicou que "poder de fogo" representa a capacidade da Odebrecht de mobilizar homens e recursos para atender às exigências do Ministério do Trabalho.

Os auditores se recusaram a indicar prazos para o fim da interdição. Em 12 de dezembro, deve acontecer reunião entre representantes da construtora, Ministério Público e Ministério do Trabalho para discutir o assunto e apresentar documentos que comprovem a segurança para os trabalhadores na obra.

Em nota, a Odebrecht afirmou que as medidas possíveis foram tomadas, o que fez com que o acidente não tivesse maiores proporções.

Também ontem de manhã, o Instituto de Criminalística esteve no Itaquerão, para perícia no local do acidente. O o resultado da investigação deve sair em até 30 dias.

5% DA CONSTRUÇÃO

Duas horas antes da decisão do ministério, a Defesa Civil já havia interditado o trecho afetado pelo acidente.

Mas essa área representa apenas 5% do que foi construído no estádio. E a proibição pode ser contornada pela pela Odebrecht.

A construtora tem o direito de pedir à prefeitura autorização para realizar obras na região do acidente, em caráter emergencial.

"Vamos acompanhar a obra do estádio até a próxima semana e ver o que será feito", informa Paca de Lima.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página