Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Esporte

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Xico na Copa

Todos atrás da deusa

Amigo torcedor, amigo secador, o Brasil preocupado com quem iria pegar no sorteio das bolinhas e o mundo todo querendo pegar a Fernanda Lima. Os mais abusados eram os galãs de araque da Itália e os "boludos" argentinos, doce canalhice na bueníssima onda nas redes sociais mundo afora. Não passa nada. Que importa o futebol --ainda daqui a seis meses!-- diante de uma mulher daquelas sob os coqueirais dos trópicos, meu caro Rodrigo Hilbert?

O Brasil saiu ganhando e perdendo ao mesmo tempo. Pegou baba no grupo, mas o mundo inteiro pegou, platonicamente, Fernanda Lima. Tudo bem, acontece, o amor platônico não passa de invenção greco-baiana, deixa quieto. E para curar o amor platônico, já dizia o poeta Eduardo Cac, só uma trepada homérica.

Até o uruguaio dom Alcides Ghiggia, com o charme que só carrascos ostentam, olvidou o passado, apagou a memória de 1950 por 5 minutos. "Gracias por el fuego", parecia dizer o belo viejo, repetindo o título do livro do conterrâneo Mario Benedetti.

Todo grande homem suspende ou borra a existência por alumbramento diante de uma mulher extraordinária. Zidane idem, esqueceu a perversão de duas Copas (98 e 06) contra os brasileiros diante do "je ne sais quoi" da apresentadora. Nossa memória sempre depende de uma fêmea bonita na curva dos neurônios acinzentados.

Sou contra o pachequismo na bola, aquela coisa obsessiva da pátria em chuteiras etc, mas sou muito favorável ao samba-exaltação da mulher cá do nosso lado tropicaliente. Falava justamente do assunto ontem com o meu chapa Benito de Paula --agora chegou a vez vou cantar/mulher brasileira em primeiro lugar.

No que o bom Benito, pianinho, pianinho, citou também o ídolo comum Martinho da Vila. A brasileira de qualquer cor ou credo, magrinha ou farta --como aliás até aprecio mais--, do sul ou do norte, preta, branca, marrom, mestiça ou amarela, ruiva ou lindamente encardida, Gisele ou brejeira, a mulher, ponto, parágrafo, vixe, como amo.

Que Bruna Marquezine faça de Neymar Jr. o que Elza Soares, gênia-mor da raça, fez de Garrincha: campeão do mundo. Porque cada gol tem por trás o amor de véspera, querida Fernanda Lima. O balé do campo repete a coreografia da cama. Romário, meu peixe, que o diga. Não há futebol-arte sem gozo do mesmo naipe.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página