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19 são presos sob suspeita de pancadaria
VIOLÊNCIA
Outros nove torcedores de Vasco e Atlético-PR são procurados no Rio, no Paraná e em Santa Catarina
As polícias civis do Rio, Paraná e Santa Catarina prenderam ontem 19 torcedores sob suspeita de envolvimento na briga das torcidas de Vasco e Atlético-PR na última rodada do Campeonato Brasileiro, no dia 8 de dezembro.
As prisões têm caráter preventivo, ou seja, estão em vigor até um provável julgamento dos suspeitos.
Os torcedores foram indiciados sob suspeita de formação de quadrilha, dano ao patrimônio público e incitação à violência. Quatro deles devem responder por tentativa de homicídio. Outros três vascaínos já tinham sido presos em flagrante no dia do jogo.
São, portanto, 22 presos até agora. Um deles é Juliano Borghetti (PP), ex-vereador de Curitiba, que se entregou à polícia. Ele trabalhava no governo do Paraná.
Outro homem preso ontem é Willian Batista da Silva, 19, torcedor do Atlético-PR que ficou internado com traumatismo craniano após a briga. A imagem de Silva, quase nu após ser espancado, foi uma das cenas mais fortes da briga entre as duas torcidas.
Na decisão que autorizou as prisões, a Justiça entendeu que "há que se dar um basta a atitudes violentas desta espécie" e restabelecer a paz nos eventos esportivos no ano que "antecede o maior evento que já se realizou em nosso país, a Copa do Mundo".
Nove torcedores estão foragidos. Novas prisões podem ocorrer porque outros 40 torcedores foram identificados pela polícia.
Também foram cumpridos mandados de busca e apreensão nas sedes das torcidas organizadas Os Fanáticos, do Atlético-PR, em Curitiba, e Força Jovem do Vasco, no Rio.
Batizada de "Cartão Vermelho", a operação para as prisões contou com a participação de cem policiais civis.
A juíza que determinou as prisões, Karen Francis Schubert Reimer, da 1ª Vara Criminal de Joinville, escreveu na decisão que "a coletividade restou abalada com os fatos, que geraram medo e inconformismo em todos os meios sociais e partes do mundo".
Para o promotor Ricardo Paladino, de Joinville, a prisão é "uma das soluções para coibir o comportamento" agressivo de torcedores.
OUTRO LADO
A Folha não localizou os advogados de 18 dos 19 presos. Segundo a polícia, os torcedores do Atlético-PR afirmaram que agiram em "legítima defesa", já que vascaínos teriam começado a briga.
O advogado do ex-vereador Borghetti, Cláudio Dalledone, disse que ele não incitou a violência nem agrediu ninguém, mas que tentava proteger o filho na confusão. (ESTELITA HASS CARAZZAI, LUCAS VETTORAZZO E JEFFERSON BERTOLINI)