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Juca Kfouri

A Copa das covas

É tão exagerado dizer que teremos a Copa das Copas como prever que será a pior de todos os tempos

O UFANISMO do governo federal e a irresponsabilidade social marqueteira querem nos convencer de que teremos a Copa das Copas.

Bobagem igual à dita pela presidenta que festejou em fala recente a conquista "cinco vezes da Jules Rimet". Ou de sua ministra da Cultura que se referiu à terceira reforma de 1999 para cá do Maracanã como se fosse "a primeira em 60 anos".

Do Rei à presidenta o que se tem ouvido de sandice faria a alegria de Stanislaw Ponte Preta em seu "Febeapá", o Festival de Besteiras que Assola o País.

Porque também Pelé tem passado dos limites ao dizer que trabalhou "quatro anos pelos votos que dessem a Copa ao Brasil", embora a candidatura nacional tenha sido única, e ao falar que "o futebol não tem nada a ver com corrupção". Cumé?!

Que os envolvidos com a organização da Copa se preocupem com as manifestações, que põem em risco a realização das "Fifa fan fests", é mais que natural, é obrigatório.

Só não podem nos fazer de idiotas.

Como não devem tentar fazer o inverso os que cometem excessos na direção oposta.

As sete mortes de operários nas obras dos estádios não os transformam em cemitérios --e o título da coluna alerta para o que aponta a Organização Internacional do Trabalho: o Brasil é quarto país do mundo no trágico ranking dos acidentes de trabalho.

Dia desses a tradicionalíssima revista semanal francesa, e parceira da Fifa na premiação da "Bola de Ouro", "France Football", trouxe em sua capa uma ampla reportagem sobre os rumos preocupantes, atrasos estarrecedores, gastos exorbitantes e clima de temor que cercam a Copa brasileira: "O Mundial do medo", diz a chamada de capa.

Tanto bastou para a internet ser infestada com uma versão falsa e apimentada da reportagem, o que tornou ridículo o que é sério e revelou com clareza o esforço covarde, e eleitoral, dos que apostam no quanto pior melhor.O Brasil é pintado como o fim da picada, mas o fim mesmo, sem sentido figurado, agraciado com uma lista interminável de horrores, de meias verdades piores que mentiras inteiras.

Já basta estarmos fazendo uma Copa do Mundo mais cara que as três últimas, no Japão/Coreia do Sul, Alemanha e na África do Sul, somadas. É mais que suficiente constatar o quanto não será cumprido das promessas de legados para as 12 cidades-sede para que não seja preciso inventar coisa alguma neste quadro suficientemente deprimente.

Mas, do mesmo modo, não será com propaganda ufanista que se convencerá o país das maravilhas de uma Copa certamente festiva nos estádios e problemática fora deles.

Gol mesmo seria o governo responder com a verdades às mentiras de quem trabalha sordidamente para desmoralizá-lo sem se importar com os prejuízos ao Brasil.


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