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Prancheta do PVC
PAULO VINÍCIUS COELHO
Banco para Ganso
Um armador clássico como o camisa 10 do São Paulo precisa trabalhar o jogo inteiro; Zidane era igual
Muricy disse precisar de um jogador de velocidade pelos lados do campo: Douglas. Também queria ter, no clássico, um atacante capaz de se aproximar de Luis Fabiano: seria Pabon. Se Ganso perdeu a posição para ter Pabon e Douglas em campo, alguma coisa está errada com o armador.
Tanto se pede no Brasil um número 10 e, quando Ganso ganha a camisa que era de Jadson, Muricy percebe não ter um meia suficiente para ganhar clássicos como o de ontem, contra o Santos.
Sempre há razões táticas e físicas para explicar craques barrados, no banco de reservas. Mas o principal motivo sempre é técnico. É a situação de Ganso e também de Luís Ricardo, criticado por dirigentes, preterido por Muricy.
Aos poucos o São Paulo admite que, por enquanto, seus principais investimentos não dão resultado --Ganso e Luís Ricardo.
Mas, como o Corinthians, o São Paulo usa o Paulista para formar a equipe do Brasileirão. Tem mais problemas. Poderá ter Pato perto de Luis Fabiano e Ganso, como armador, mas só se Pato estiver bem física e tecnicamente.
Após 70 minutos da partida de ontem, Muricy trocou Douglas por Ganso. Não deu certo. Um armador clássico como o camisa 10 do São Paulo precisa trabalhar o jogo inteiro. Zidane era igual. Mas participava da partida todo o tempo.
O Santos foi melhor dez minutos, deu a posse de bola para o São Paulo no resto do 1º tempo, continuou assim no 2º tempo, mas foi Damião quem teve a chance mais clara.
O Santos chamou o São Paulo para o seu campo, mas teve algumas das chances mais claras, por ser mais forte no ataque. Mais do que o time de Thiago Ribeiro e Cícero, dispensados pelo São Paulo em outras épocas.
À parte o resultado do clássico, o Santos está mais montado para disputar as finais do Paulista, a partir de março, do que o São Paulo. Oswaldo de Oliveira usa a base do ano passado, de Claudinei Oliveira. Thiago Ribeiro pela esquerda, Cícero como armador e a mescla com garotos como Gabriel --bom reserva-- e Geuvânio. Este último, descoberto pelo gerente de futebol, Zinho, estava esquecido nos treinos.
Difícil dizer se será o campeão num campeonato com o Palmeiras bem e o interior também. Em 2012, a primeira vitória de um pequeno sobre um grande aconteceu na 13ª rodada, o pior desempenho dos "caipiras" desde 1934. Neste ano, o Santos já perdeu do Penapolense, assim como Bragantino e Ponte Preta ganharam de São Paulo e Corinthians, também vencido pelo São Bernardo.
O São Paulo não ganhou nenhum dos últimos 16 clássicos.
Para o campeonato, essa imprevisibilidade faz bem. No Paulista, neste século, só três vezes os quatro grandes terminaram nas quatro primeiras posições.
Um intruso pequenino pode acontecer de novo.
BOM COMEÇO
Confiança não é tudo, mas é muita coisa para um jogador. O exemplo atual é Jadson. Voltou das férias gordo, por saber não ser a preferência no São Paulo. A transferência lhe fez muito bem. Em três jogos, foi bem em todos, deu duas assistências e fez um gol. A pressão agora está com Pato, a partir de março.
POR QUE KARDEC?
É opinião, não informação. Ninguém tem certeza de que ele será convocado, todos têm certeza de que houve a observação. Uma das qualidades que atraem Felipão é jogar pelos lados e marcar como poucos atacantes. Se for chamado, a intenção é só observar antes da convocação para a Copa.