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O maior rival do Brasil é o próprio Brasil, diz Magnano
BASQUETE A cinco meses do Mundial, técnico da seleção brasileira espera contar com todos os jogadores que atuam na NBA
Ainda faltam quase cinco meses para o Mundial masculino de basquete. Mas o técnico do Brasil, o argentino Rubén Magnano, já mandou uma mensagem aos atletas.
"Espero uma resposta positiva de todos os jogadores que eu convocar", disse Magnano em entrevista à Folha.
O treinador quer evitar passar de novo pelo cenário sombrio da Copa América do ano passado, quando seis jogadores com contratos com times da NBA pediram dispensa.
O Brasil foi eliminado com quatro derrotas e só obteve a vaga no Mundial graças a um convite da Fiba (Federação Internacional de Basquete).
O torneio será disputado entre os dias 30 de agosto e 14 de setembro. O Brasil está no Grupo A, com Espanha, França, Sérvia, Irã e Egito.
Magnano pede, contudo, que os torcedores respeitem os jogadores que pediram dispensa. Em setembro, o pivô Nenê, do Washington Wizards, foi vaiado durante partida contra o Chicago Bulls, em turnê da NBA pelo Rio.
"Espero que eles recebam todo o apoio da torcida, porque vão representar o país na Olimpíada de 2016", afirmou.
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Folha - Considera a chave do Brasil um "grupo da morte"?
Rubén Magnano - Não, mas é o mais competitivo.
Qual é o objetivo no Mundial?
Vai depender muito do material que eu tiver em mãos. Temos que estar o mais preparado possível.
Qual é a equipe mais difícil?
O Brasil tem que pensar em seu primeiro rival, que é o próprio Brasil. É importante que todos os atletas estejam à disposição para jogar, para fazer uma equipe como na Olimpíada [de 2012]. E temos que seguir trabalhando comprometidos com a seleção.
O Brasil poderá ter os jogadores que atuam na NBA?
Espero uma resposta positiva de todos os jogadores. Não só os da NBA, mas também dos que jogam na Europa e no Brasil. A ideia é levar o maior potencial possível.
Você acha que a torcida vai "perseguir" esses jogadores que atuam na NBA?
Espero que não, que os jogadores recebam todo o apoio da torcida, porque muitos deles vão representar o país, não só no Mundial, mas também na Olimpíada de 2016. Acho muito feio ser vaiado por seu próprio país.
A seleção do Mundial deve ser diferente do time que disputou a Copa América. Isso atrapalha o planejamento?
Faz quatro anos que estou aqui. Não vai mudar o jeito de jogar. A essência do jogo não se perde. E todos eles sabem como jogamos.
A pressão em cima dos jogadores, depois do fracasso na Copa América, atrapalha?
Temos jogadores preparados para isso. O que para um cara normal pode ser pressão, para eles é um desafio.
O que mais pesou para a Fiba convidar o Brasil?
Primeiro, o trabalho excelente da CBB. E tem a história do basquete brasileiro. O Brasil é um país com 200 milhões de habitantes e tem jogadores importantes na NBA. E para a Fiba é um produto comercial muito importante.