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Juca Kfouri

Nuzman sempre soube

Carlos Nuzman diz que está surpreso com o escândalo que abala o vôlei brasileiro; não deveria estar

ADMITO QUE futebol já me ocupa o suficiente para que eu possa dedicar tempo aos esportes ditos olímpicos, tão nebulosos como.

Ainda bem que jornalistas da estirpe de José Cruz e Lúcio de Castro exercem brilhantemente o papel de mexer no lixo dos esportes sob o guarda-chuva do COB.

Mas conto o que ouvi, no começo do governo FHC, de um executivo do Banco do Brasil, ainda dos tempos do primeiro contrato do banco com a Confederação Brasileira de Vôlei, então presidida por Carlos Nuzman.

O alto funcionário me convenceu sobre os ganhos de imagem do BB com a parceria com o vôlei.

Mostrou dados sobre o rejuvenescimento dos clientes do banco, além do aumento da carteira de descontos, fruto de uma negociação que levava as empresas que anunciavam nos eventos de vôlei a virarem clientes do BB.

Parecia um negócio perfeito.

Diante da pergunta sobre se ninguém levava nada por fora, a resposta estava pronta: "E você acha que o Banco do Brasil tem caixa dois?".

É claro que não achava. Mas, acostumado com o futebol, insisti.

Até que ouvi uma explicação que fazia sentido: "A CBV tem os direitos do circuito do vôlei de praia, por exemplo. Direitos cedidos pela Federação Internacional. Que valem, digamos, US$ 200 mil. Pois bem. A CBV revende esses direitos para a subsidiária da Sports Media em Montevidéu e esta revende para o banco, vá lá, por US$ 2 milhões. Tudo contabilizado e legal. Se alguém ganha com isso não é problema nosso".

Registre-se que, à época, o Uruguai era paraíso fiscal.

Perguntei se poderia ver um contrato e a resposta foi a que esperava: "Não. Mostrar seria uma ilegalidade, porque os contratos têm cláusulas de confidencialidade".

INDIGNADO

Responsável por tocar o estádio corintiano, Andres Sanchez está indignado com quem duvida da capacidade de o clube pagá-lo nos 12 anos previstos.

"Pagará na metade desse tempo e ainda sobrarão R$ 50 milhões por ano. Isso calculando que o time jogue lá apenas 35 vezes por temporada, e não as 38 ou 40 como é habitual, e com apenas metade de sua capacidade, só com a renda dos jogos, sem contar os direitos pelo nome, movimentação de bares e restaurantes, publicidade estática e nas centenas de telas, aluguel de camarotes e renda do estacionamento."

Ele promete calar os descrentes na próxima reunião do conselho alvinegro, no último dia deste mês. E desafia: "Em junho ou julho eu vou mostrar exatamente quanto custou o estádio, com juros e tudo mais. Garanto que não passará de R$ 1,05 bilhão. Quero ver como justificarão que se gastou muito mais no Maracanã e no Mané Garrincha."

Os cálculos detalhados de Sanchez você encontra no meu blog, no UOL.


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