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Casos Tinga e Arouca rendem penas leves

RACISMO
Conmebol e Tribunal de Justiça Desportiva aplicam apenas multas para episódios de ofensas a atletas

DE SÃO PAULO

A Conmebol, que comanda o futebol na América do Sul, e o TJD (Tribunal de Justiça Desportiva de São Paulo) decidiram punir os recentes casos de racismo ocorridos em seus torneios mais importantes de maneira parecida.

Nada de retirada de pontos na classificação ou exclusão dos times das competições.

As penas anunciadas ontem pelas entidades foram somente de ordem financeira.

O Real Garcilaso, do Peru, terá de pagar US$ 12 mil (cerca de R$ 28 mil) pelas imitações de macaco feitas por seus torcedores contra o brasileiro Tinga, na vitória por 2 a 1 sobre o Cruzeiro, no dia 12 de fevereiro, pela Libertadores.

O TJD foi um pouco mais rigoroso e puniu o Mogi Mirim com multa de R$ 50 mil pelo comportamento de torcedores que chamaram Arouca de "macaco" durante e após a goleada por 5 a 2 do Santos sobre o time da casa.

As punições apenas financeiras não chegam a ser uma surpresa. A orientação do comitê disciplinar da Fifa para casos de racismo é que, na primeira vez, a pena deve ser uma multa, com opção de perda de mando de campo.

No caso do torneio sul-americano, o Garcilaso recebeu um aviso da Conmebol.

Segundo o Tribunal de Disciplina da entidade, o clube terá o estádio interditado se episódios como o de Tinga acontecerem novamente.

A pena dada aos peruanos foi pouco mais severa do que as que a confederação sul-americana tem aplicado às equipes que retardam o início ou o recomeço de uma partida da Libertadores por entrarem atrasadas no gramado.

Cerro Porteño e Atlético-MG tiveram de pagar multas de US$ 10 mil (R$ 23,2 mil), por exemplo, por atrasos de três e cinco minutos, respectivamente, na Copa Libertadores do ano passado.

Na semana passada, o secretário-geral da Conmebol, José Luís Meiszner, disse à Folha que as ofensas a Tinga não foram caso de racismo.

"Um moreno peruano imitando macaco para um brasileiro um pouco mais escuro que ele não é uma discriminação racial. É sim uma provocação mal-educada."

Número dois da entidade, Meiszner, embora influente, não tem poder de interferência no julgamento do caso pelo Tribunal de Disciplina da Conmebol, que possui autonomia em suas decisões.

O Cruzeiro não quis comentar a punição, e a CBF afirmou que vai esperar receber a notificação da Conmebol para se pronunciar.

AROUCA

Adiado na semana passada para que mais testemunhas fossem ouvidas, o julgamento do Mogi Mirim condenou o clube do interior paulista a pagar uma multa que é quase o dobro à aplicada pela Conmebol ao Garcilaso.

O episódio envolvendo o volante santista foi julgado pelo TJD, órgão autônomo e independente, mas que funciona junto à FPF (Federação Paulista de Futebol).

O clube corria o risco de perder três pontos e até de ser excluído do Paulista. Mesmo assim, saiu insatisfeito do julgamento e irá recorrer.

O estádio Romildo Ferreira, interditado desde o episódio, em 6 de março, segue fechado. A equipe, no entanto, não foi condenada a perda de mando de campo.

No último dia 13, o Esportivo (RS) também foi punido com pena leve por causa de atos racistas contra o árbitro Márcio Chagas. O clube perdeu cinco mandos de campo e foi multado em R$ 30 mil.


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