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Paulo Vinícius Coelho

A final encantada

Nos últimos 30 anos, a decisão mais repetida foi Corinthians x São Paulo; é hora de Palmeiras x Santos

Sócrates desceu do ônibus e chamou todos os jogadores do Corinthians para seguirem o trajeto caminhando. A delegação estava presa no trânsito, na altura do Palácio dos Bandeirantes, a 1,6 km do Morumbi. Faltavam 30 minutos para começar o clássico contra o Palmeiras, semifinal do Paulistão de 1983. O Corinthians entrou no estádio na hora certa. A pé!

Menos de uma hora depois, aos 21 minutos do primeiro tempo, Sócrates driblou Márcio Alcântara e chutou no canto direito de João Marcos. Gol do Corinthians! Na véspera, o São Paulo tinha despachado o Santos com empate por 1 x 1, gol de Zé Sérgio. A final foi Corinthians x São Paulo. Palmeiras e Santos eliminados.

Nos últimos 30 anos, a decisão mais repetida do Paulistão foi Corinthians x São Paulo. Foram sete vezes (1982/83/87/91/97/98/03), além do Rio-SP de 2002 e do Brasileirão de 1990. E tem os Estaduais de 1936 e 1957 também!

Isso só aumenta o desejo de ver Santos x Palmeiras na decisão deste ano. Final direta entre os dois só em 1959. Antes, em 1927, a penúltima rodada colocou frente a frente o líder Santos contra o Palmeiras, em segundo. O resultado, Palestra 3 x 2 no ataque dos cem gols de Araken e Feitiço, tirou a taça da Baixada.

O jogo do título também aconteceu entre Palmeiras e Santos em 1944, 47, 60 e 68, mas nunca com os dois juntos brigando pela taça.

Nem em 96, quando o Palmeiras sacramentou o troféu para seu ataque dos 102 gols, nos 2 x 0 marcados por Cléber e Luizão. Aquela partida decidiu o returno e deu o campeonato ao time alviverde, mas o alvinegro terminou só em quinto lugar.

Decisão entre Palmeiras e Santos é encantada. É como se pagassem o preço por terem vencido juntos 12 campeonatos seguidos entre 1958 e 1969. Cinco vezes um foi campeão e o outro vice, mas em torneios de pontos corridos, sem finalíssima.

Há dez anos, o Corinthians foi eliminado na primeira fase e o São Paulo caiu nas quartas de final. Nas semifinais, o São Caetano meteu 4 x 0 no Santos de Diego e Robinho. O Paulista venceu o Palmeiras nos pênaltis -São Caetano campeão.

A diferença hoje é o nível dos dois times. Depois do fim de semana em que o melhor futebol do Brasil se jogou em Madri, entre Barcelona e Real, Santos e Palmeiras deram sinais de que o bom jogo sobrevive por aqui.

Os jogos do meio de semana mostrou talento de Cícero, Valdivia, Thiago Ribeiro, Wesley, Gabriel, Alan Kardec e Geuvânio.

Futebol moderno, compacto, atualizado.

Penapolense e Ituano merecem respeito e talvez seja até a final mais adequada à fórmula de disputa do Paulistão.

Mas para Penápolis e Itu ninguém quer ir. Nem de avião.

Santos e Palmeiras merecem que se vá. Nem que seja a pé.


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