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Brincadeira de marmanjo

De adolescentes a aposentados, colecionadores promovem série de reuniões para trocar figurinhas da Copa do Mundo

Para não ficarem "brigando" em casa num sábado à tarde, os aposentados Nelson Ribeiro da Silva, 64, e Avelina Pequeno, 67, pegam seu bolinho de figurinhas repetidas, uma folha de caderno na qual estão anotados os números que faltam para completar o álbum da Copa do Mundo-2014 e dirigem-se ao vão livre do Masp.

Casados há 40 anos, eles começaram a colecionar cromos adesivos no Mundial de 2010 e completaram seu álbum ali mesmo, nos encontros que acontecem à beira da avenida Paulista aos finais de semana. "Encaro isso como uma terapia", diz Avelina.

Estreante nesses eventos, o comerciante Luiz Melo, 54, saiu satisfeito por ter se livrado de várias repetidas. "Ajudo os outros e não gasto muito dinheiro", opina.

Assim como eles, ao menos cem colecionadores se reuniram anteontem no Masp, à procura de "Luiz Gustavo", da "equipe da Rússia" ou da "brilhante do México".

Um dia antes, um grupo de cerca de 40 pessoas havia tomado conta de quatro mesas da praça de alimentação do shopping Eldorado, com o mesmo objetivo: trocar o máximo de repetidas.

Entre os colecionadores, marmanjos na faixa dos 20 a 30 anos são maioria, mas mulheres, adolescentes e crianças acompanhadas dos pais também aparecem com seus montinhos e perguntam a quem estiver mais perto: "Tem figurinha para trocar?".

Floris Chieregatti, 33, agente de viagens, guarda álbuns completos desde a Copa-1990. Em 2006, ela começou a frequentar os encontros e, em 2010, pela primeira vez, não teve de recorrer à editora para terminar a coleção.

"Comecei a gritar, pular. O menino que me trocou as figurinhas não entendeu nada", lembra Floris, que colou Lionel Messi de cabeça para baixo no álbum de 2014, na tentativa de "dar azar" ao atacante argentino.

Durante os eventos, que são divulgados nas redes sociais, é comum observar pessoas se ajudando e comemorando quando alguém encontra a "última figurinha".

Outras, porém, menos pacientes, preferem recorrer aos "cambistas" --aqueles que vendem os cromos ou levam vantagem na troca.

"Não vim para participar. Queria resolver rápido", conta Evandro Fernandes, 25, que "trocou uma por duas" com Aníbal da Cruz.

Presença quase garantida nos encontros do Masp, o aposentado Cruz carrega uma maleta de madeira com a coleção completa de figurinhas. Ele garante que, no decorrer da Copa do Mundo, consegue até "faturar alguns troquinhos" com a brincadeira.


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