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Violência
Organizadas do Santa Cruz são proibidas de ir a jogos
STJD também mantém interdição do Arruda
O STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) determinou que as torcidas organizadas do Santa Cruz estão proibidas de entrar em todos os estádios do Brasil até que seja identificado o responsável por atirar a privada que matou Paulo Ricardo Gomes da Silva, 26, na sexta-feira, após o jogo entre Santa Cruz e Paraná, pela Série B.
O auditor Flávio Zveiter, presidente do STJD, também manteve a interdição do estádio do Arruda e determinou que as próximas duas partidas da equipe, pela Copa do Brasil, na quarta-feira, e pela Série B, no sábado, ocorram com portões fechados.
O torcedor saía do estádio quando foi atingido. Outras três pessoas foram atingidas por estilhaços, mas, segundo a Secretaria de Saúde, não correm risco de morrer.
Câmeras da Secretaria de Defesa Social flagraram o momento em que as privadas foram arremessadas, mas não mostraram quem as atirou. A polícia ainda não tem suspeitos. Se identificados, os culpados deverão ser indiciados por homicídio doloso, quando há intenção de matar.
O Disque-Denúncia de Pernambuco e a Federação Pernambucana de Futebol (FPF) ofereceram uma recompensa de até R$ 5.000 por informações que levem a identificar o suspeito de jogar um vaso sanitário do estádio do Arruda, no Recife, na sexta-feira.
As denúncias, anônimas, podem ser feitas em www.disquedenunciape.com.br.
Ontem, familiares do torcedor disseram que vão processar o Santa Cruz. Eles se revoltaram com as declarações do presidente do clube, Antônio Luiz Neto, que disse que o clube também era "vítima" e estava fechado no momento do homicídio.
"Além da idiotice que o presidente do Santa Cruz foi falar, como caem duas privadas na cabeça da pessoa?", disse Maurício de Oliveira, 48, padrasto de Paulo Ricardo.
A mãe do torcedor, Joelma Valdevino da Silva, 44, ficou abraçada ao caixão durante o velório, acompanhado por cerca de 500 pessoas. Ela desmaiou e foi carregada.
Paulo Ricardo torcia para o Sport, rival do Santa Cruz, e estava no jogo torcendo para o Paraná, cuja torcida organizada mantêm relação com a do Sport. Familiares disseram que Paulo Ricardo não fazia parte de nenhuma delas.