Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria
Foco
Aposentado lembra que bateu bola com os jogadores de 50 em Araxá
Com 11 anos, Hélio Leite Martins viajou para a cidade na caçamba de um caminhão
Hélio Leite Martins, 75, se recorda de ter acordado bem cedo em um dia no início de abril de 1950 para viajar de Uberaba a Araxá, ambas no Triângulo Mineiro.
Estudante do colégio Diocesano, ele e outros alunos viajaram 120 km na caçamba de um caminhão para jogar futebol com os atletas da seleção brasileira.
"Pegamos autógrafos dos jogadores, mas o melhor é que batemos bola com eles", conta Hélio, hoje aposentado depois de décadas trabalhando como engenheiro civil, construindo estradas na região em que viu o time vice-campeão em 1950.
A memória falha em alguns momentos, mas ele se lembra de ter se apegado principalmente a dois jogadores: Barbosa, goleiro do Vasco e titular da seleção, eternamente marcado como um dos responsáveis pelos gols tomados contra o Uruguai, e o meia Danilo, também vascaíno.
"Eles eram atenciosos. Tínhamos acesso tranquilo a eles no hotel. Hoje em dia não é assim, né?", perguntou.
Não é. Em Teresópolis, os torcedores não terão chance de se aproximar dos jogadores da seleção.
O único treinamento aberto à torcida na preparação para a Copa será dia 2 de junho, no estádio Serra Dourada, em Goiânia, na véspera do amistoso contra o Panamá.
Na concentração em Araxá, os jogadores da seleção brasileira se dividiam em grupos para visitar o centro da cidade, a cerca de 10 km. O Barreiro, onde ficaram hospedados, abriga além do Grande Hotel as termas, em que águas medicinais ainda hoje são usadas para tratar doenças como o diabetes.
Naquela região, no século anterior à passagem da seleção, viveu Ana Jacinta de São José, a Dona Beja, famosa pela beleza (por causa das águas?) e rebeldia. Uma novela nos anos 80 consagrou a história de Dona Beija (conhecida assim também), interpretada por Maitê Proença.