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Prancheta do PVC

Realeza e realidade

Felipão gosta mais do estilo do Real, campeão da Liga dos Campeões, do que o do Barcelona ou o do Bayern

A decisão do sábado entre Real Madrid e Atlético reuniu o nono colocado no ranking da posse de bola contra o 14º. A temporada 2013/14 foi totalmente diferente das últimas.

Foram mais felizes os times verticais, de ligações mais rápidas entre defesa e ataque, força nas bolas paradas e contra-ataques velozes.

Não significa que sejam times de futebol feio nem defensivo.

O Real Madrid marcou 160 gols em 60 partidas na temporada.

O melhor ataque da Europa foi o campeão da Liga dos Campeões. Venceu na final a melhor defesa da liga espanhola e da Liga dos Campeões.

O técnico Carlo Ancelotti mereceu durante muitos anos a alcunha de retranqueiro. Em Munique, antes da semifinal contra o Bayern, ouviu uma pergunta sobre catenaccio e vestiu a carapuça: "Para um italiano, essa não é uma palavra feia."

Nem bonita.

O melhor ataque da história da Premier League, o Inglês da era moderna, pertence ao Chelsea, campeão inglês de 2010 sob o comando de Ancelotti: 103 gols em 38 jogos.

No sábado, o Real Madrid chegou a 41 gols em 13 jogos da Champions League, recorde nas campanhas com 13 partidas --o Barcelona de 2000 marcou 45 vezes em 17 jogos.

Muita gente diz que o Real Madrid é defensivo porque usa os contra-ataques. Uma coisa não tem necessariamente a ver com a outra. O Real passa mais tempo com a bola no campo de ataque do que na defesa. Os contra-ataques existem mais pela característica dos atletas.

A capacidade é ser veloz quando os adversários oferecem espaços. A facilidade é de usar o espaço vazio para fazer gols. Na campanha da décima Liga dos Campeões, 27% dos gols foram de contra-ataques. Um gol a cada quatro.

A seleção de 70 era assim. Jogava com a bola no pé, praticava futebol arte, mas marcou 15 de seus 19 gols em saídas rápidas da defesa para o ataque.

Alguns dos times mais bonitos da história eram perfeitos contra-atacando. O São Paulo dos menudos era assim e foi campeão paulista de 85, ganhou o Brasileirão do ano seguinte, embora um pouco mudado.

A versão 1992 do Tricolor, de Telê Santana, tinha repertório variado, entre a posse de bola e o contra-ataque. A velocidade era uma de suas armas e a equipe era linda de se ver jogar.

O fato de o Real Madrid vencer este ano não significa a morte do estilo de posse de bola e marcação por pressão, do Barcelona e do Bayern. Significa apenas que o Real Madrid foi melhor nesta temporada.

Mereceu ganhar a décima liga dos campeões, mas não representa uma tendência.

Há várias maneiras de jogar bem.

O Real Madrid foi perfeito.

Se você quiser saber como vai ser o Brasil na Copa, saiba que Felipão gosta mais do que vê do Real Madrid do que do Barcelona ou do Bayern de Guardiola.

Não é pecado.

REAL OU BAYERN?

Para muitos, o Bayern teve momentos melhores do que o Real. Pode ter sido mais bonito, mas o Real deu pistas de que seria campeão mais cedo. Quem prestou atenção viu o time de Cristiano Ronaldo com pinta de campeão ainda nas oitavas. A paz que Ancelotti deu ao time é responsável por isso.

PORTA DE TRÁS

O Flu corre o risco de brigar pelo título brasileiro no campeonato que entrou depois do tapetão. É incrível como um time com quase todos os mesmos jogadores --a exceção é Conca e a lesão de Fred-- muda de postura e de qualidade. O Flu não é o melhor time do Brasil, longe disso. Mas tem boa equipe.


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