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Xico Sá na Copa

Brasil em transe

Nunca o país discutiu tanta política, nunca o país foi tão crítico, o futebol como ópio do povo não cola

Amigo que torce, amigo que protesta e, principalmente, amigo que faz tudo ao mesmo tempo agora. Viva a terra em transe, a histeria coletiva, a riqueza dessa hora. Errou feio quem achava que a Copa não deixaria um legado. Já deixou mesmo antes da pajelança oficial da abertura. Nunca o país discutiu tanta política, nunca o país foi tão crítico, o futebol como ópio do povo não cola, é balela.

Na SP que falta água, falta transporte e um monte de itens básicos, sobrou vaia até para a seleção brasileira, que é bem melhor, quase excelência diante do país que temos. "Viva Vaia", como no poema concreto de Augusto de Campos (1949-1979).

Óbvio que era uma SP mais elitizada que estava nesta sexta (6) no Morumbi, como será o Brasil que verá a Copa nos estádios (arena uma ova!), um torcedor mais limpinho e "diferenciado", mas o público de SP --não dá para chamar o público paulista porque SP é o mundo todo-- vaiou todos os Brasis, de 1932 até agora, incluindo Pelé, Sócrates, Zico e a seleção de Telê Santana. SP vaia. Pronto.

Nem podemos cair na discussão das redes sociais, botecos e padocas. Havia a tese que SP é mais exigente. Só se for apenas com o time do Felipão. Assim como o Brasil tem votado no de sempre, no Estado de SP, idem, há mais de 30 anos, considerando que o PSDB nasceu de uma costela peemedebista.

Genial é a riqueza da hora, me sinto na fictícia República de Eldorado do filme "Terra em transe" (1967) de Glauber Rocha. Só me falta a Silvia, a meretriz da fita. Até o sindicalismo, como agora, está frágil e rachado, com greves tocadas pelas dissidências. Sem se falar em uma certa esquerda no papel de Pacheco, o personagem patriota de velho anúncio televisivo.

A trindade Copa, poesia e política é demais para um homem só, mas juro que estou vibrando com isso tudo. Viva o Brasil em transe.


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