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Tati Bernardi

ESTRANHOS NO NINHO

Com dererê na alma

Ribéry citou Sartre e nós, se precisarmos, poderemos usar Alexandre Pires, Belo ou Thiaguinho

O atacante gato francês Ribéry, ao ser cortado do Mundial devido a uma lombalgia, citou o grande filósofo Jean-Paul Sartre. "Me sinto com a morte na alma."

Fiquei pensando que célebres frases os jogadores da seleção brasileira poderiam usar, caso padecessem de similar e tamanha dor existencial às vésperas ou mesmo durante a Copa.

Tenho algumas apostas.

O nostálgico poderia mandar pérolas do inesquecível Alexandre Pires. Entre elas: "Aí eu me afogo num copo de cerveja, que nela esteja minha solução", "O que é que eu vou fazer com essa tal liberdade" e "Como é que uma coisa assim machuca tanto".

O hermético diria "dig, dig, dig, iê", do Raça Negra, fazendo referência à sensação máxima de angústia traduzida aqui metaforicamente por cova, cavar, cavando a cova.

Já "derê, derererê, dererererê", do poeta Belo, ficaria pra um esportista inconformado com a notícia que chegou "de repente". Tão súbita que o travou numa gagueira nervosa.

"Você reclama do meu apogeu e todo o céu vai desabar", belíssima e misteriosa frase do Art Popular, funcionaria para o craque irônico (e um tanto quanto rogador de praga) que decidisse mandar um recado cifrado aos ciumosos avarentos.

Um mais jocoso poderia polemizar com a rima "ela tá dançando e o pimpolho tá de olho, cuidado com a cabeça do pimpolho". Muitos pensariam besteira, mas os mais inteligentes entenderiam a dolorosa referência ao fêmur.

Se eu pudesse dizer algo ao atacante gato francês Ribéry, eu citaria o grupo Revelação: "Deixa acontecer naturalmente, eu não quero ver você chorar" e também um dos maiores sucessos do pensador moderno Thiaguinho: "Desencana".


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