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Festa modesta

Cerimônia de abertura tropeça em miscelânea que não reproduz em nada o 'mix' Brasil

ROBERTO DE OLIVEIRA DE SÃO PAULO

Aquelas araucárias gigantes, que tentavam se equilibrar sobre pernas de pau, sintetizam bem a faceta manca da cerimônia de abertura da Copa do Mundo, nesta quinta-feira (12), no Itaquerão.

Eram 15h15 quando tudo começou, provocando abrição de boca em quem insistiu em se manter sentado. Muitos apressaram-se em garantir a cervejinha. Era o momento. Comida já não havia mais, e, minutos depois, a bebida teria o mesmo destino.

Num país de riqueza natural tão vasta como o Brasil, a belga Daphné Cornez, diretora artística do show de abertura, fez uma aposta míope: limitou-se a colocar umas florzinhas rodopiantes, opacas e murchas no meio de baianas e jogadores mirins.

Mais: ninguém entendeu ao certo o que fazia aquele canhão estacionado na lateral do campo. Seria uma referência à Revolução Farroupilha?

Que nada. Era outra alegoria sem serventia. A equipe gaúcha, que compunha uma das alas do "povo brasileiro", estava tão apagada que passou batida pelo armamento. Enquanto isso, o público disparava uns "selfies". Afinal, o 3G do estádio fazia pirraça. Pegava quando bem queria.

A miscelânea que ali se via era muito infiel à nossa mestiçagem. Coube à bola-palco "high-tech" sacudir a galera.

Ao se abrir no centro do gramado, de dentro dela sai Claudia Leitte cantando "Aquarela do Brasil". Delírio! Na verdade, funcionou mais como uma introdução para o aparecimento, na sequência, do rapper Pitbull e de Jennifer Lopez. O trio entoa o fiasco "We Are One (Ole Ola)".

A galera ensaia uma animação. Todo mundo se levanta, dá uma remexida aqui, uma sacudida ali, mas não sabe cantar nada. Mentira, alguns engasgam o refrãozinho chocho "olê, olá". E só.

Mas, como grita a própria Claudia Leitte no tacanho trecho em português da canção, "torcer, chorar, sorrir, gritar, não importa o resultado, vamos extravasar". Então tá!


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