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Missão de Messi

Largada para igualar Maradona é no Maracanã, palco de jogo de Copa após 64 anos

ALEX SABINO ENVIADO ESPECIAL AO RIO

Foi um massacre.

Durante mais de uma semana, Lionel Messi foi acusado de ser espanhol. A TV do país mostrava incessantemente que ele não se emocionava na execução do hino argentino. Não cantava nem tinha nenhuma expressão. Só se importa com o Barcelona, diziam. Não é "um de nós".

Foi em 2011.

Três anos depois, Leo (como é chamado por amigos ou mesmo pelos que querem parecer sê-lo) pode virar o jogo definitivamente. Chegar ao panteão dos deuses da Argentina, onde hoje Maradona ainda reina absoluto.

A busca pelo coração dos compatriotas começa neste domingo (15), às 19h. A Argentina estreia na Copa contra a Bósnia, no Maracanã.

"Vejo Leo muito bem, no melhor momento que já vi" afirma o volante Mascherano. "A cobrança não chega perto dele. Está sempre do mesmo jeito calmo."

Na Copa América-2011, a Argentina empatou os primeiros jogos. Sofreu contra a Bolívia (1 a 1) e ficou no 0 a 0 com a Colômbia. Messi, o bezerro de ouro do futebol nacional, quase foi escorraçado. Seus números em Mundiais são sofríveis. Ainda não era melhor do planeta em 2006. Fez um gol. Em 2010, já no topo, passou em branco.

"Vamos deixá-lo sossegado e fazer a bola chegar bem para ele. Se isso acontecer, Leo vai decidir. Com certeza", diz o zagueiro Fernández.

Tudo o que Alejandro Sabella tem feito desde que foi escolhido técnico da seleção, após o fracasso na Copa América, foi se esforçar para deixar Messi à vontade.

O atacante foi a primeira pessoa procurada quando o técnico foi contratado. Tornou-o capitão. Defendeu-o sempre. "Dizem que ele fez uma temporada ruim no Barcelona. Ao contrário, acho que foi muito bem."

Em campo, Messi faz o que quiser. Na primeira vez que foi à Espanha para conversar com Messi, Sabella chamou Mascherano. O volante era o capitão. Na frente dos dois, pediu a Messi que assumisse o posto. Foi embora e deixou a dupla discutindo o tema.

Dois dias depois, foi Mascherano quem ligou para Sabella. "Ele aceita", disse, falando em nome do colega.

Messi migrou para Barcelona em 2000, aos 13 anos. Foi sondado para defender a Espanha. Sabendo disso, a Argentina marcou um amistoso e o convocou para evitar uma deserção que ele sempre considerou impossível. O craque considera-se argentino.

O plano é fazer Messi liderar a camisa "albiceleste" ao Olimpo do futebol mundial. Ganhar a Copa, como Maradona fez em 1986. Diego estava com 26 anos incompletos. Leo fará 27 no próximo dia 24. Está no auge físico. Teoricamente, esta é "a sua Copa".

Maradona nunca foi eleito o melhor do mundo. Messi já foi escolhido quatro vezes (2009 a 2012). Maradona jamais ganhou uma Liga dos Campeões. Messi levantou o troféu três vezes.

Maradona é histriônico, falastrão, exagerado. Messi é tímido e reservado, o que deu origem a boatos de que tinha uma espécie de autismo.

Maradona ganhou uma Copa sozinho. Messi, não. Está aí a diferença no coração dos argentinos. Messi tem a chance de ultrapassar a condição de mero ídolo do futebol para o seu povo. O caminho de sete jogos começa no Maracanã e, se tudo correr como o esperado, acaba no mesmo estádio, em 13 de julho.

"Me orgulho de ser argentino e quero que minha gente sinta orgulho de mim", disse. A chance de fazer isso acontecer começa agora.


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