Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Esporte

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Nova invasão de torcedores reforça fragilidade do Maracanã

Três dias após argentinos driblarem segurança, cerca de 150 chilenos derrubam grade e entram no estádio; autoridades e organizadores trocam acusações

DO RIO DOS ENVIADOS AO RIO

O Maracanã vivenciou nesta quarta-feira (18) o mais sério problema de organização e segurança na Copa: dezenas de torcedores chilenos que não tinham ingresso invadiram o estádio para tentar ver Chile x Espanha.

Cerca de uma hora antes do início do jogo, uma grade foi forçada, derrubada, e os torcedores adentraram o Maracanã pela sala de imprensa, causando danos no local.

Parte dos invasores foi presa; outra driblou a segurança e conseguiu ver o jogo.

Foi a segunda partida seguida em que torcedores sem entradas invadiram o Maracanã --argentinos fizeram o mesmo no domingo (15).

O episódio desta quarta motivou troca de acusações entre autoridades de segurança pública, Fifa e COL (Comitê Organizador Local).

Fontes da Segurança Pública do Rio dizem que a Fifa não pediu policiais na porta do estádio e que as barreiras montadas eram preventivas. Membros do COL relatam que a PM deveria bloquear a passagem dos sem-ingresso.

Às 15h05, cerca de 150 torcedores do Chile, perto do portão C, derrubaram e escalaram grade para invadir o estádio. Policiais militares e seguranças privados tentaram, sem sucesso, contê-los. O grupo avançou para o centro de imprensa, quebrando vidros e derrubando divisórias.

Oitenta e cinco deles foram presos. Os demais conseguiram acessar áreas restritas do estádio e subiram para as arquibancadas pelas escadas.

Segundo a Polícia Civil, os 85 chilenos foram autuados pelo artigo 41B do Estatuto do Torcedor (promover tumulto, praticar ou incitar a violência, ou invadir local restrito aos competidores em evento esportivo). Dois cidadãos argentinos e um americano foram levados à delegacia como testemunhas. Às 23h, os chilenos foram liberados e levados em comboio até a sede do Consulado do Chile no Rio.

O Ministério da Justiça e a Polícia Federal informaram que notificarão os detidos a deixar o país "em um prazo máximo de 72 horas". Caso não cumpram a notificação, estarão sujeitos a deportação.

O COL relatou que o grupo sem ingresso estava no entorno do estádio ou porque tinha entradas falsas ou por estar no local antes das 12h, quando seria formado bloqueio de PMs para deixar passar só quem tinha bilhete.

Mas o bloqueio não foi total. Quem chegava de metrô ou trem --cerca de 70%, segundo a prefeitura-- podia descer a escada ao lado do Maracanã sem ser abordado.

Por volta das 15h, a área próxima ao portão C já reunia quase mil torcedores. Bem perto das grades, eles começaram a cantar: "Somos chilenos, temos que entrar". Um PM que estava junto à grade pedia reforço por rádio. "Manda reforço, eles vão invadir". Não deu tempo.

No domingo, um grupo de 30 argentinos sem ingresso entrou no estádio pelo portão 4. Nove foram presos.

A invasão não foi o único problema no Maracanã. Um grupo de cerca de 50 pessoas sofreu um "arrastão" de furto de ingressos na saída da estação de metrô do estádio.

Os torcedores desciam as escadas rumo aos portões quando foram abordados por um bando, que arrancou os ingressos de suas mãos e bolsos. (CRISTINA GRILLO, ITALO NOGUEIRA, MARCO ANTÔNIO MARTINS, RAFAEL REIS e ROBERTO DIAS)


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página