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Arquibancada hostil põe seleções na mira da Fifa
Ofensas podem gerar advertência a México e Brasil; croatas e russos exibiram mensagens neonazistas, diz jornal britânico
A Fifa abriu um procedimento disciplinar contra o México e recebeu denúncias contra Brasil, Croácia e Rússia por comportamento discriminatório dos seus torcedores em jogos da Copa.
Os mexicanos estão sendo investigados por um dos gritos tradicionais de sua torcida, "puto" (prostituta, em espanhol), repetido durante as cobranças de tiro de meta do goleiro de Camarões no encontro entre as duas seleções, no dia 13 de junho, em Natal.
A seleção mexicana ainda foi denunciada pela repetição das ofensas no jogo contra o Brasil. Como os torcedores brasileiros responderam da mesma forma, o caso envolvendo a seleção anfitriã também chegou à Fifa.
A entidade ainda foi alertada de que torcedores de Croácia e Rússia levaram aos estádios em seus jogos da primeira rodada faixas com mensagens neonazistas.
Os abusos cometidos pelos fãs das quatro seleções foram relatados à Fifa pela Fare (Football Against Racism in Europe), uma rede formada por ONGs e ativistas de 30 países europeus que combate o preconceito nos campos.
A diretora-executiva do órgão, Piara Powar, integra a Força-Tarefa da Fifa contra o Racismo e a Discriminação.
Segundo o jornal britânico "Daily Telegraph", as quatro equipes correm risco de receber algum tipo de punição.
De acordo com o diário, Brasil e México tenderiam a ser sancionados de forma leve, com uma advertência.
As seleções europeias poderiam ser punidas com perda de pontos, já que são reincidentes em casos de discriminação por torcedores.
Os croatas foram multados três vezes na Eurocopa-2012 por cantos nazistas, gritos de "macaco" em direção ao italiano Balotelli e o lançamento de uma banana em campo.
A Rússia está com a perda de seis pontos nas eliminatórias da Euro-2016 congelada. Caso um novo episódio de racismo, semelhante aos registrados na competição em 2012, aconteça, a seleção terá de pagar essa sanção.
À Folha a Fifa confirmou que investiga o México e recebeu denúncias sobre as outras seleções, mas não quis comentar sobre punições.
Há dois meses, o presidente da Fifa, Joseph Blatter, disse considerar que as únicas punições válidas contra o racismo são as na esfera esportiva, como rebaixamento, suspensão e perda de pontos.
