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Como os copos vazios viraram febre nesta Copa

TETÉ RIBEIRO EDITORA DA SERAFINA'

E aí que fui à abertura da Copa, no Itaquerão. Eu e dona Ana, que trabalha com a minha família há muitos anos e ia me dizer o que é o quê e quem é quem.

Não entendo jogo a menos que o Galvão Bueno esteja narrando. Casagrande ajuda horrores, Ronaldo atrapalha.

Só vejo o Brasil, e só na Copa. Torço muito, mas, quando a Copa acaba, ufa.

Não sabia o que me esperava na ausência do Galvão, do Casa e dos replays.

Já no começo do primeiro tempo, deu sede.

Saí para comprar bebida e voltei com dois daqueles copões de plástico duro que os patrocinadores fizeram para os jogos, escrito "abertura oficial, Brasil x (quem mesmo?), data, nome do estádio e tal".

Dona Ana achou bonito, não quis a bebida para não ter que ir ao banheiro, mas guardou o copo dela na bolsa. Perguntou se eu ia querer o meu, eu disse não, ela guardou também.

No final da partida, ela quis tentar ver os jogadores mais de perto e lá foi, em direção oposta à multidão.

Voltou uns 10 minutos depois, com uma pilha de copos de quase meio metro de altura.

Na caminhada até o metrô, a pilha já tinha um metro e era invejada. Pessoas do bairro que esperavam a saída do público não paravam de pedir.

Ela se mudou para o meio da fila e sussurrou que não iria deixar ninguém mais nem ver.

Desde aquele fim de tarde, vejo fotos de amigos tão sortudos quanto eu nas redes sociais, nos estádios, com pilhas de copos bem maiores que a de dona Ana.

Uma repórter amiga me conta que os seguranças dos estádios andam loucos atrás deles.

Quanto a mim, estou de volta à frente da TV, entendendo quase tudo de novo. Mas sem me conformar de ter testemunhado uma moda nascendo e não ter dado importância.

Se pelo menos o Galvão tivesse narrado o momento, ficava tudo mais claro.

Não vai ter copo!


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