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Sucesso da seleção amplia identidade nacional belga

Diferenças políticas no país vêm perdendo força graças à boa campanha do time, que joga quartas de final na tarde de hoje

DIEGO IWATA LIMA DE SÃO PAULO

O sucesso da seleção da Bélgica está mudando, ao menos momentaneamente, a paisagem e parte do pensamento no país.

Bandeiras nacionais têm passado a fazer parte da decoração de várias cidades.

Isso não é pouco em um país em que norte e sul debatem separatismo há muito tempo e com intensidade.

Nas últimas eleições, por exemplo, em maio deste ano, o Partido Nacionalista Flamengo, separatista, teve 33% dos votos na região de Flandres, no norte, mais próxima da Holanda e falante do idioma do país vizinho.

Mas, ao menos durante o Mundial, habitantes de Flandres e da Valônia, no sul, onde o francês é o idioma, estão falando a mesma língua, metaforicamente.

"A população está entendendo que futebol e política não devem se misturar na hora de torcer", explica o jornalista belga François Colin, 65.

O fato de haver muitos jogadores filhos de imigrantes, como o capitão Kompany, cujo pai veio do Congo, e o meia Januzaj, filhos de albaneses e sérvios, também ajuda.

Mas torcer para a seleção na Bélgica é difícil também devido a outros motivos.

Com três idiomas oficiais --existe ainda, no leste, uma parte que fala alemão--, não há nem mesmo uma maneira unificada de dizer ou escrever o nome do país.

O norte pronuncia e grafa België. O sul, Belgique. E a parte alemã, Belgien.

Para tentar sanar esse problema, a Federação Belga de Futebol (KBVB, na sigla em holandês) tem utilizado o inglês como língua oficial do futebol belga.

Todo material publicitário e de divulgação referente à seleção vem sendo confeccionado na língua dos súditos da rainha Elizabeth.

E é em inglês, também, que técnico e jogadores conversam. Em parte, graças ao fato de 11 dos 23 convocados atuarem no futebol inglês.

A federação também tem incentivado a torcida a gritar o nome do time em inglês.

Alguns problemas, no entanto, seguem sem solução.

Principal arma de motivação de alguns países antes dos jogos, o Hino Nacional da Bélgica segue sem ser cantado em uníssono.

Conhecido como "La Brabançonne" ("A Canção de Brabante", em referência a uma região do país), o hino tem versões nas três línguas oficiais do país.

É fácil notar os efeitos da existência das versões distintas do hino. Jogadores e torcedores cantam o hino na versão que aprenderam na região em que foram criados.

CORAGEM

Geopolítica à parte, a Bélgica diz que vai jogar no ataque contra a Argentina, hoje, em Brasília.

"Estudamos o jogo tático deles, mas vamos seguir nossa filosofia e vamos em frente. Não vamos ficar na defesa", disse o técnico Marc Wilmots nesta sexta-feira (4).

Na Bélgica, o discurso também dá ênfase ao jogo coletivo, sem preocupação excessiva com Messi.

"Ele até agora está fantástico, é o principal jogador deles. Mas temos que prestar atenção em outros jogadores. Estamos fortes fisicamente e mentalmente e não precisamos temer ninguém", diz o lateral esquerdo Vertonghen.


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