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Xico Sá na Copa

Príncipe sarará

David Luiz é uma mistura do Pequeno Príncipe com um cangaceiro de Lampião

Amigo torcedor, amigo secador, os dias que antecederam ao jogo pareciam os "Cem Anos de Solidão" do colombiano Gabriel García Márquez, tamanho era o realismo fantástico ao qual fomos submetidos. A começar pelo favoritismo atribuído aos colombianos do time de James Rodríguez pelos pranchetinhas, os nossos incríveis especialistas de rádio, jornal, televisão e o escambau. Óbvio que eles exageraram no favoritismo dos adversários, mas, que demos mole, a começar pela tática suicida do Felipão, ah, demos.

Ufa seis vezes. Ufa, ufa, ufa, ufa, ufa, ufa. Ufa de hexa. Ufa de novo por estar vivo a escrever esta crônica. Mesmo com todos os erros, segue o time de David Luiz, o nosso Corisco na batalha da terra do Sol. E a ele, somente a ele, me dedico nas próximas linhas, não é apenas o personagem, o cara, o garoto que as meninas adoram, é um herói em carne e osso dos tempos modernos.

Melhor: David Luiz é uma mistura do Pequeno Príncipe com o mais destemido dos cangaceiros de Lampião. O Pequeno Príncipe como inventor do futebol globalizado --ele brincava de chutar a terra-- e o Corisco como o símbolo da resistência e do destemor. "Se entrega, Corisco, eu não me entrego não", eis a trilha sonora do filme de Glauber Rocha. O Pequeno Príncipe sarará.

Sim, "Deus e o Diabo na Terra do Sol", com David, estrela guia de um time que até começa bem, mas, fazer o quê, acaba sempre jogando com um ou dois a menos (que teimosia por Fred até o fim, meu caro!), que teimosia em teimar contra o óbvio. Felipão ontem pediu um empate técnico com o realismo fantástico do "viejo" García Márquez.

Ufa, ufa seis vezes, graças a Deus, ao meu Padim Ciço e a todos os orixás dos muitos gols da Bahia, o Pequeno Príncipe é sarará e, contra tudo todos, sarará-branquelo, sarará-criolo, sarará como noção máxima de brasilidade. Até a final, Pequeno Príncipe em pele de Corisco.


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