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Órfãos de Neymar

Jogadores da seleção brasileira e torcedores evocam o craque, mas avalanche de gols alemães silencia comoção

BERNARDO ITRI FABIANO MAISONNAVE MARCEL RIZZO LÍGIA MESQUITA ENVIADOS ESPECIAIS A BELO HORIZONTE PAULO PEIXOTO DE BELO HORIZONTE

Com a exceção do gramado, Neymar estava onipresente no Mineirão: em máscaras que traziam o seu rosto, no grito da torcida e na camisa 10 segurada por jogadores.

Nas arquibancadas, centenas de torcedores portavam na nuca a máscara com o rosto do atacante, distribuída antes do jogo por uma agência de publicidade.

Outros espectadores mostravam faixas de apoio ao jogador do Barcelona. Uma delas dizia: "Até de carrinho o Neymar faz goooool".

As homenagens continuaram com a seleção brasileira. Jogadores e comissão técnica desceram do ônibus usando o mesmo boné, com a inscrição "#ForçaNeymar" --o jogador se recupera de um lesão na vértebra, sofrida durante o jogo contra a Colômbia, pelas quartas de final.

Ele levou uma joelhada do lateral colombiano Zúñiga já no final da partida.

Durante o hino, novamente cantado a capela, o capitão David Luiz e o goleiro Júlio César seguravam a camisa 10. Antes, na foto oficial, o lateral esquerdo Marcelo havia feito o mesmo gesto.

Nos poucos minutos iniciais, em que o placar marcava 0 a 0, a torcida ainda gritou algumas vezes o nome de Neymar misturado ao de Bernard, ex-atleta do Atlético-MG, com a missão impossível de preencher o vazio em campo deixado pelo camisa 10.

AULA DE FUTEBOL

Mas, à medida que os gols alemães se acumulavam, Neymar aparecia, principalmente, na pergunta: o resultado da semifinal teria sido diferente sem ele?

"Assistimos a uma aula hoje", disse o despachante aduaneiro Mauricio Leite, 25, com a máscara de Neymar no alto da cabeça.

"Com o Neymar, teria sido igual, assim como o jogo do Santos contra o Barcelona [na final do Mundial de clubes em 2011, vencido pelo time catalão por 4 a 0]."

"Nos dois jogos anteriores, o Neymar não jogou bem, e o Brasil chegou até aqui cambaleando", completou.

Vestindo a camisa 10, o administrador indiano Nikhil Lalla, 23, disse que, com Neymar --e Thiago Silva-- em campo, "o Brasil ao menos teria perdido com dignidade. Teria sido 1 a 0", especulou.

O zagueiro do Paris Saint-Germain, capitão da seleção, ficou fora da partida desta terça-feira por ter recebido, também no duelo com a Colômbia, seu segundo cartão amarelo no torneio.

A CBF ainda tentou cancelar o cartão, mas não teve o pedido acatado pela Fifa.

SEM PLANEJAMENTO

Outro que foi ao estádio com a camisa de Neymar, o arquiteto equatoriano Luis Valero, 58, disse que mesmo a presença do craque seria irrelevante.

"A Alemanha fez história porque tem planejamento. O Brasil não fez isso."

Quem estava feliz com o resultado era o engenheiro colombiano Julian Franco, 30.

Como a maioria de seus compatriotas, ele "secou" o Brasil --assistiu ao jogo com a camisa da Alemanha, escondida ao final da partida.

"Com Neymar e Thiago Silva, talvez não houvessem perdido de tanto", especulou. "A Alemanha fez gols de treino."

Já nas redes sociais, muitos ironizavam a atuação dos jogadores sem o companheiro: "Se o Neymar não joga, a gente também não joga", foi um dos comentários.


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