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Dilma teme prejuízo na economia e na eleição

Presidente tenta evitar que frustração com derrota no jogo contamine campanha eleitoral

NATUZA NERY VALDO CRUZ DE BRASÍLIA

O vexame histórico do Brasil nesta terça-feira (8) acendeu um sinal de alerta no governo Dilma Rousseff, que teme que o mau humor decorrente da derrota para a Alemanha contamine expectativas já não muito favoráveis na economia e tenha reflexos na campanha eleitoral.

Até aqui, Dilma vinha surfando a onda de uma Copa do Mundo sem sobressaltos fora do campo, brilhante dentro dele e com o Brasil, bem ou mal, avançando. Ela atacou "pessimistas" e "urubus", colocando críticas à organização do Mundial e a baixa expectativa com o futebol da seleção no mesmo balaio.

Nesta terça (8), a petista voltou a ser xingada durante a partida. Logo depois do quinto gol da Alemanha, parte da torcida no estádio do Mineirão gritou "Ei, Dilma, vai tomar no c..." durante cerca de 30 segundos. Antes de o Brasil tomar o sexto gol, já no segundo tempo, os xingamentos voltaram a ser gritados por parte da torcida.

Dilma, que passou o dia enfurnada no Palácio da Alvorada, teve a primeira reação pública à derrota em sua conta no Twitter: "Assim como todos os brasileiros, estou muito, muito triste com a derrota. Sinto imensamente por todos nós, torcedores, e pelos nossos jogadores".

Depois ela pediu: "Não vamos nos deixar alquebrar. Brasil, levanta, sacode a poeira e dá a volta por cima'".

Na segunda (7), a petista anunciou que irá à final do Maracanã para a entrega da taça. Até a conclusão desta edição, o plano estava mantido, apesar do clima geral descrito por um integrante do governo: "Estão todos atônitos".

Apesar da solidariedade inicial, integrantes do governo já defendiam poucos minutos após o jogo uma mudança de rota na associação de sucessos no campo e fora dele. "Descolar da Copa" foi uma das expressões ouvidas no calor do impacto da derrota.

Até aqui, a avaliação do governo era que uma eventual derrota nesta terça seria assimilada como natural. A Alemanha é uma adversária poderosa, e o Brasil estava sem sua maior estrela (Neymar, machucado) e seu capitão (Thiago Silva, suspenso).

Nada, contudo, previa um 7 a 1 no Mineirão. Ao longo do jogo, o discurso de membros da cúpula do governo foi mudando e evoluiu para uma genuína preocupação.

Num primeiro momento, além do tal descolamento, a avaliação é que o governo terá de assumir uma linha de defesa da Copa como evento.

Para tanto, serão reforçados os controle na área de segurança. Um revés na última semana do Mundial poderia ser fatal ao promover a ideia de um fracasso duplo.

Além disso, há a preocupação de que voltem as críticas aos gastos feitos para a realização do Mundial, que somam R$ 26 bilhões até aqui.

ARGENTINA

Uma eventual disputa de terceiro lugar contra a Argentina, que nesta quarta (9) enfrenta a Holanda, também é vista com preocupação. Se o Brasil sofrer nova humilhação no sábado (12), o impacto da derrota poderá ser ampliado.

Até o jogo de ontem, o Planalto considerava sua parte cumprida. Como mostrou pesquisa do Datafolha, Dilma angariou dividendos com a aprovação crescente à Copa. A presidente subiu quatro pontos nas intenções de voto, indo de 34% para 38%.

A orientação era expor ao máximo dados positivos, como aeroportos funcionando a contento e movimento de turistas. Com a derrota, contudo, o plano será reavaliado.


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