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Argentina e Holanda revivem final de 78

No dia da independência argentina, seleções revivem no Itaquerão decisão de Copa polêmica

ALEX SABINO ROBERTO DIAS DE SÃO PAULO

Era uma Copa nada engraçada. Não tinha praia, não tinha calor, não tinha frescobol. Havia uma ditadura.

O ano era 1978, a equipe anfitriã era a Argentina e a adversária era a Holanda. Trinta e seis anos depois, a Copa do Mundo retornou à América do Sul e a tabela colocou as duas seleções novamente frente a frente em um jogo decisivo.

Argentina e Holanda vão a campo a partir das 17h desta quarta (9) sob a sombra de um contexto muito especial na história do futebol.

Da perspectiva dos argentinos, o jogo conta com um ingrediente nacionalista como em 1978: a partida no Itaquerão acontece no dia da Independência do país, 9 de julho.

Do lado dos holandeses, um clima muito diferente do que encontraram da última vez em que pisaram na região para jogar futebol.

Se agora aproveitam o astral carioca, daquela vez tinham medo de andar pelas ruas de Buenos Aires. Boicotaram o banquete depois da final e ficaram sem suas medalhas de vice.

"Nós decidimos não ir e ficamos no hotel. Não dormimos e saímos muito cedo para o aeroporto", contou Johan Neeskens, estrela daquele time holandês, no documentário "A Dirty Game", que reconstitui a Copa de 1978.

Aquela final encerrou uma Copa polêmica, na qual não faltaram acusações de suborno para favorecer os donos da casa --incluindo arranjar uma goleada de 6 a 0 dos argentinos sobre o Peru para tirar o Brasil da decisão.

A Holanda costuma significar momentos dramáticos para os argentinos. Mesmo naquela final de 1978, o lance mais citado entre os torcedores não é nenhum dos gols da vitória por 3 a 1 na final de 1978. E sim a bola na trave do holandês Resenbrink quando o placar era de apenas 1 a 1.

"Você sabe aqueles momentos em que seu coração para? Foi isso. Milhões de corações pararam de bater naquele momento", relembra o ponta argentino Houseman, que entrou durante o segundo tempo daquela decisão.

Era uma Holanda que ainda tinha a base do carrossel de 1974, mas sem Johan Cruyff, que se recusou a viajar para o torneio a pedido de sua mulher. O mesmo ex-jogador que, na semana passada, causou furor ao dizer que a Argentina não sabe aproveitar os talentos que tem.

RETROSPECTO

Em 11 jogos entre as seleções, a decisão de 1978 foi a única vitória da Argentina. Os holandeses ganharam quatro vezes, duas delas em Copas.

Lembrar aquela única derrota não é a atividade favorita de nenhuma das equipes.

"Revanche será se vencermos a Copa", diz Cillessen, goleiro titular da equipe, para evitar comparações.

"O passado é o passado e serve apenas para contar histórias. Mas chegamos até aqui com apenas um pensamento: jogar no dia 13 de julho no Maracanã", disse o argentino Javier Mascherano.

No Itaquerão, a Argentina joga uma semifinal de Copa pela primeira vez em 24 anos. A última vez foi contra a Itália, então dona da casa, no Mundial de 1990, quando venceu nos pênaltis.

Já a Holanda passou a ser, desde a vitória da Costa Rica, a seleção que mais vezes chegou à semifinal da Copa sem jamais tê-la vencido. O jogo desta quarta (9) é a quinta semifinal dos holandeses, uma a mais que o número dos suecos, agora "vices" nesse ranking particular. Em três dessas semifinais, a Holanda venceu --sua única derrota aconteceu diante do Brasil, nos pênaltis, em 1998.

"Não há favorito", diz o técnico da Holanda, Louis van Gaal. "Temos que ter sorte: a moeda precisa cair virada para o nosso lado, como falamos na Holanda."

Quem passar vai repetir uma final de Copa: a Holanda perdeu para a Alemanha em 1974, enquanto a Argentina jogou contra os alemães em 1986 e em 1990 (ganhou uma e perdeu outra).


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