Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Esporte

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Suspeitos de venda ilegal de ingressos serão indiciados

Parceira da Fifa, Match diz que seu executivo 'não violou lei' e continuará a trabalhar; diálogos mostram comércio de entradas

DIANA BRITO MARCO ANTÔNIO MARTINS DO RIO

O diretor-executivo da empresa Match, Raymond Whelan, 64, e outras 11 pessoas presas sob suspeita de venda irregular de ingressos para a Copa-14 serão indiciadas sob acusação de crime de cambismo e associação criminosa.

Responsável pelas investigações, o delegado Fabio Barucke vai pedir também a prisão preventiva de Whelan e dos outros 11, já detidos, mas em prisão temporária --a preventiva pode ser mais longa.

CEO da única empresa autorizada pela Fifa a negociar entradas VIP para a Copa, Whelan passou dez horas detido na delegacia dirigida por Barucke, no Rio, mas foi solto na madrugada de terça (8) após obter habeas corpus. Pagou R$ 5.000 de fiança, voltou ao hotel Copacabana Palace, onde fora detido, e entregou o passaporte à Justiça.

Para o advogado do executivo, Fernando Fernandes, a prisão foi ilegal. "É crime de menor potencial ofensivo."

Segundo Barucke, escutas telefônicas comprovam que Whelan negociava ingressos e tinha "ligações íntimas" com o franco-argelino Mohamadou Lamine Fofana, 57, preso sob suspeita de chefiar a quadrilha internacional.

"Quando foi preso, Whelan disse que não tinha ligação com Fofana e que os ingressos foram entregues antes da Copa. Mas interceptamos 900 registros de conversas desde o início da Copa", afirmou.

Em nota, a Match informou que seu executivo jamais negou conhecer Fofana.

Em transcrição de diálogos entre os dois obtida pela Folha, os dois negociam pacotes de ingressos para sete jogos, a US$ 24 mil cada.

HISTÓRICO

Há uma semana, a Polícia Civil do Rio desbaratou a suposta quadrilha, suspeita de desviar ingressos para o mercado negro, no qual seriam vendidos por até quatro vezes mais do que os preços da Fifa. Segundo a polícia, a quadrilha poderia lucrar até R$ 200 milhões na Copa.

Em nota, a Match afirmou que "fatos vão mostrar que Whelan não violou lei".

A empresa informou que, durante as investigações, Whelan "continuará trabalhando nas áreas operacionais de nossa responsabilidade para realizar uma Copa do Mundo bem sucedida".

A Match confirmou que Fofana comprou legalmente 105 pacotes de hospitalidade para sete partidas, por US$ 121.750. Mas, segundo o promotor Marcos Kac, que atua no caso, foram mais entradas. "Temos captações de áudio que mostram que ele [Fofana][re] vendeu milhares", disse.

A Folha não obteve contato com os outros suspeitos.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página