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Elemento surpresa

Euforia virou vergonha e ressaca pós-Copa vai ser brava

PATRÍCIA CAMPOS MELLO DE SÃO PAULO

"Torgasmus": foi assim que o tabloide alemão "Bild" descreveu o desempenho da seleção alemã, combinação de Tor (gol) com orgasmo.

"Maior humilhação da história" dizia o site da revista "Der Spiegel". O jornal argentino "Clarín" não economizou no Schadenfreude: "Alemanha dá uma surra histórica no Brasil".

É, a "Copa das Copas" teve um fim abrupto e deprimente.

Não dava nem para olhar para a televisão. Imagine quem pagou R$ 5.000 no cambista para ver aquela desgraça ao vivo?

No segundo tempo, uma editora de um programa de TV em Nova York me ligou e perguntou: "As pessoas estão quebrando tudo nas ruas?".

A euforia virou vergonha e a ressaca pós-Copa vai ser brava.

Ninguém mais vai desmarcar todos os compromissos nos dias de jogos do Brasil, alegando trânsito e protestos. Muitos vão ter que se reacostumar a trabalhar, em vez de ficar assistindo a absolutamente todas as partidas no escritório.

Ninguém mais vai poder adiar a dieta e dizer que vai parar de beber depois do último jogo.

A mulherada vai ter que voltar a dar bola para os brasileiros, porque os gringos da micareta da Vila Madalena vão embora. Muitas terão de desfazer, pesarosas, seus grupos "solteiras na Copa" no WhatsApp. Aliás, diante do jogo de ontem, quem tem ânimo de ir para a balada?

Vamos ficar sem piadinhas do Fred "Muito triste ver um jogador no seu auge quase imobilizado, incapaz de jogar ou até mesmo andar..." e todas as versões de "somos todos David Luiz".

Agora teremos a "Obrigada, Deus Zúñiga, por ter me tirado desse fiasco".

Será que vão parar de anunciar as estações de metrô em inglês?

E o policiamento, vai continuar reforçado ou volta a sensação de que a polícia só aparece para jogar spray de pimenta e prender manifestante?

Ok, não é tão mau, vamos nos livrar para sempre daquela música do banco Itaú que "amarra o amor na chuteira".

Ou, como diz um amigo, não vamos mais ouvir os "yellow blocks" cantando "sou brasileirooooo, com muito orgulho" e assassinando a letra do hino do Brasil.

Mas vamos ter que assistir ao técnico da Alemanha enfiando o dedo no nariz no domingo.

E o pior é que o Galvão Bueno não vai embora, ele volta para narrar os jogos do Brasileirão. Do Brasileirão!

Volta, Copa.


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