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Juca Kfouri

Poliglotas da superfície

É um erro pueril imaginar que a busca por manter nossos craques no país seja fruto de nacionalismo

POLIGLOTAS HÁ que maltratam a língua pátria e pensam ainda pior.

Alguns, vítimas do autoengano de se imaginarem cosmopolitas, imaginam também que identificar como um dos problemas do futebol brasileiro a predadora exportação de pé de obra seja manifestação de ultrapassado nacionalismo, tipo "o craque é nosso", quando não é nada disso.

Chove no molhado, tamanha a obviedade, quem exalta o intercâmbio com culturas mais avançadas e países mais civilizados.

É simplesmente redundante dizer o quanto todos temos a ganhar se as nossas escolas promovessem permanente troca de experiências com sistemas educacionais melhores, coisa fácil de encontrar.

Daí a achar que todos os bons professores brasileiros deveriam trabalhar permanentemente fora do país vai uma diferença colossal, maior que a goleada alemã de 7 a 1 no futebol ou de 102 a 0 em prêmios Nobel.

Quando se denuncia o prematuro sangramento externo de nossos craques escancara-se a necessidade de uma nova forma de gestão do futebol brasileiro, espelhado, por exemplo, no que se pratica na Alemanha.

Jamais uma seleção ganhou Copas do Mundo com mais jogadores que atuam fora de suas fronteiras do que dentro. Entre outras razões porque, quando a maior parte joga fora, o vínculo com o torcedor se fragiliza, e o modo de jogar deixa de ser o das raízes, mas um híbrido contaminado que, frequentemente, não é uma coisa nem outra, isto é, deixa de ser o que traz de berço e não exprime o estilo externo.

Membro do primeiro mundo do futebol, ainda único pentacampeão mundial, tricampeão antes do fenômeno da globalização e com todos os seus ídolos jogando no país, o Brasil tem todas as condições potenciais para recriar uma economia futebolística capaz de se autossustentar, aprendendo com o que se faz de melhor lá fora e ensinando, como um dia ensinou, com o que se tem de único e inimitável aqui dentro.

Porque certamente não será como exportador de matéria-prima que o futebol tupiniquim renascerá, embora já tenha até quem ande propondo a volta da Lei do Passe.

Mais um passo e aparecerá um iluminado defensor da revogação da Lei Áurea.

FELIPÃO

Felipão ousou voltar à festa em que foi mais feliz, algo que os filósofos de botequim desaconselham vivamente. Em vez do repeteco, o fiasco.

Mas por pior que tenha sido, e foi, o gaúcho teimoso segue sendo o derradeiro treinador brasileiro campeão mundial. Não é pouco, convenhamos. Como não foi o 7 a 1.

Vida que segue.

FOLGA

Esta coluna, cansada da guerra, descansará a rara leitora e o raro leitor até a próxima quinta (24). Irá ver o que há de podre no reino da Dinamarca. Na volta, o Brasileirão. Viva!


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