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Prancheta do PVC
PAULO VINÍCIUS COELHO
A pressa é inimiga
Se algo precisa mudar no futebol brasileiro é dar tempo para que um time amadureça
Líder e dono das melhores atuações do campeonato, o Cruzeiro não fez boas apresentações depois da paralisação da Copa do Mundo. Quinta-feira, ganhou um gol contra do zagueiro Alemão, do Vitória, e isso clareou o caminho do triunfo por 3 x 1. Ontem, fez vinte minutos em alta velocidade. Depois, permitiu ao Palmeiras jogar.
Mesmo assim, a equipe de Marcelo Oliveira tem qualidades que rareiam em seus rivais pela taça. Tem banco de reservas e muita velocidade, com Ricardo Goulart, Éverton Ribeiro e Marquinhos, estreante no meio de semana e autor das duas jogadas de gols ontem.
O contraste entre a rapidez do ataque do Cruzeiro e a lentidão da zaga do Palmeiras (veja abaixo) causou os 2 a 0 em nove minutos e poderia causar uma goleada.
Depois, o time de Ricardo Gareca assentou.
O passe melhorou quando Eguren saiu machucado e Mendieta passou a ser o segundo volante. O Palmeiras encorpou no meio de campo e merecia o empate.
Como não conseguiu, a pressão vai aumentar. Não pode.
Se algo precisa mudar no futebol brasileiro é dar tempo para que um time amadureça. Deve ser assim com técnicos brasileiros. Mais ainda com quem chega de fora e precisa entender a cultura diferente.
Gareca não inovou ainda. Nem sequer mudou o sistema tático. Em vez de ter três volantes criativos e um armador como boa parte dos times argentinos, usou um ponta de cada lado e um armador central. Nos dois jogos, o primeiro mérito é dar chance para os jovens revelados pelo gerente da base, Erasmo Damiani.
O volante Renato, indicado por Marcos Assunção, é um exemplo. Veio da Matonense, é garoto, e se firma com boa saída de bola e ótima marcação.
É uma rara novidade no reinício do Brasileirão. A outra é que o Cruzeiro, favorito ao título, não repetiu ainda suas melhores atuações.
BOA SORTE, DUNGA
O técnico que mais se preparou para assumir a seleção foi Tite. Mas a ideia equivocada de que tem relação com Andres Sanchez impede. É ridículo! Dunga pode fazer bom trabalho na seleção. Mas sua escolha serve só como escudo para proteger Marin. Neste momento, o obrigatório é trilhar um novo caminho. O Brasil prefere andar em círculos. De Parreira para Zagallo para Felipão de volta a Parreira, Felipão com Parreira e Dunga, que trabalhou com eles. Se faltam ideias, resta desejar boa sorte. A Dunga... e a nós.