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Xico Sá

Para Chicó e João Grilo

A vida e obra do homem de "O Auto da Compadecida" têm muito o que ensinar ao mundo do futebol

Amigo Chicó, amigo João Grilo, para o escritor Ariano Suassuna, o Sport era tudo. Deveria, inclusive, representar o Brasil, sempre, como seleção do país. Gozação à parte do fanático frequentador da Ilha do Retiro, a vida e obra do homem de "O Auto da Compadecida" têm muito o que ensinar ao mundo do futebol.

Para começo de história, a CBF deveria estar mais preocupada na ideia do que Ariano chamava de "Brasil real".

E não, como Marcos Augusto Gonçalves descreveu, aqui nesta Folha, em aprofundar o processo de descolamento entre seleção e torcedor --enquanto o futebol cada vez mais perde sentido como narrativa que se entrelaça com a "alma" --ou a cultura-- brasileira.

Quantas vezes ouvi o doutor Sócrates, ali no "Cartão Verde"da TV Cultura, estufando o filó com essa mesma filosofia. O Vladir Lemos e o Victor Birner que o digam.

O queridão aí do botequim há de dizer; mais bola na rede e menos teoria intelectual. Entendo o colega do nosso templo sagrado, porém insisto. Com essa turma no comando, que nos remete a um período pré- -redemocratização, estamos lascados, para ser mais direto. Garçom, por favor, mais cervejas e menos metáforas.

Adoraria ser fino, iluminista da Vila Madalena, ajeitar o cachecol afetado e dizer: "Ah, isso não tem nada a ver com o país, isso é apenas futebol, não tem a menor importância". Então tá, conta outra.

Tem sim. E o pior, caros Chicó e João Grilo, a turma que manda na CBF e ainda vive mentalmente os anos de chumbo se apropria de um bem cultural coletivo para lavar a égua. Na hora de tomar dinheiro --garçom, por favor, sem metáforas--, a turma fala em nome da "Pátria em chuteiras": na hora de ser questionada, opa, a CBF é uma entidade privada e aqui ninguém tasca.

Antes, Chicó e João Grilo, fosse aquela vivacidade de vocês, aquela invencionice pela sobrevivência. Que nada. De anti-herói à vossa moda ou ao estilo do menino Pedro Malasartes, essa turma não tem é nada. O negócio é mão na cumbuca mesmo, meus queridos.

Na cuia grande, a turma segue. Não há limite. Quem dera fossem julgados por aquele juiz d'"O Auto da Compadecida". Vixe. Estamos longe disso. Viva Ariano, viva o Sport!

ÚLTIMO METRÔ

Tudo bem, uma cidade como SP carece de um metrô operando até mais tarde. Não coloquemos, porém, os vagões à frente da vida de gado. Jogo às 22h é cruel para quem trabalha cedo.

A imagem da torcida do Corinthians x Bahia, na última quarta, saindo antes do apito do juiz, vale por mil novelas ou discursos.

Viva a pedagogia do Itaquerão, que reinventou a geografia do futebol paulistano.


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