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Segurança funciona e estádio não vê briga
BRASILEIRO Torcida organizada visitante anda 8 km para ir e voltar do Itaquerão; PM contém provocações mútuas
A preocupação em torno da segurança no primeiro clássico do Itaquerão não se confirmou. Não houve registro de brigas de torcedores nos arredores do estádio antes e depois do clássico.
No deslocamento da zona oeste para a leste, sob escolta policial, os cerca de 1.700 organizados palmeirenses provocaram os corintianos.
Usaram máscaras cirúrgicas, em referência ao fato de chamarem os rivais de "gambás" --tiveram de tirá-las para entrar no estádio.
Os dias que antecederam o jogo foram tensos, já que a Polícia Militar de SP havia reconhecido que seria seu maior desafio relacionado ao futebol em quatro anos -- havia 470 PMs na operação.
A tensão foi agravada pelo fato de a organizada Mancha Alviverde não ter aceitado a primeira orientação da polícia, de ir ao estádio em ônibus fretados. De trem, foi escoltada da estação Palmeiras-Barra Funda até a Dom Bosco, de onde caminhou cerca de 4 km até o Itaquerão.
PRECAUÇÃO
O domingo transcorreu sem brigas perto do estádio, mas os torcedores tomaram cuidados extras. Alguns puseram blusas neutras cobrindo os símbolos dos clubes. Outros anteciparam o horário de chegada para não encontrar a torcida rival no transporte público.
"Claro que há o receio, fazer o quê? Tem que esconder [o time para qual você torce]. Veja se pode isso", disse o aposentado José Galvani Filho, 62, ao levantar a blusa e revelar a camisa corintiana.
Justamente por não ser a rota indicada pela Polícia Militar para os rivais palmeirenses, Galvani, o filho e um amigo desembarcaram na estação Artur Alvim do metrô, mas com apreensão.
Acompanhado pela filha Bárbara, 19, o auxiliar administrativo Marcos Roberto Covo, 45, consultou o horário previsto para a chegada da torcida palmeirense.
"Gosto de chegar o mais cedo possível ao estádio. Mas, como esse é um clássico, dei uma olhada na internet para ver a que horas os palmeirenses chegariam", disse Covo.
"Quando vi que iam sair no fim da manhã, atrasei minha chegada para não encontrá-los no transporte público."
Protegida pelo pai, Bárbara não mostrou a mesma preocupação. "Estou com ele", afirmou. "Tem muito mais corintiano que palmeirense por aqui [zona leste]. Eles [palmeirenses] que deveriam estar preocupados."
Após o jogo, os palmeirenses tiveram de esperar cerca de 40 minutos para deixar o Itaquerão, e ainda foram alvo de provocações --vigiados por policiais, não puderam revidar durante os cerca de 50 minutos de caminhada de volta até a estação de trem.