Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Esporte

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Morre Grondona, chefe do futebol argentino desde 1979

MEMÓRIA
Em 35 anos, cartola ganhou títulos e se envolveu em escândalos

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Um dos cartolas mais longevos e influentes do futebol sul-americano, Julio Humberto Grondona, 82, presidente da Associação do Futebol Argentino e vice da Fifa, morreu nesta quarta (30), vítima de insuficiência cardíaca.

Grondona foi internado no hospital Mitre, em Buenos Aires, na madrugada de ontem, com dores no peito. Chegou a respirar com ajuda de aparelhos. Morreu às 12h50.

A morte ocorreu no dia em que o cartola anunciaria a saída do técnico Alejandro Sabella da seleção e o nome do substituto. A definição foi adiada, assim como a primeira rodada Argentino, que começaria na sexta.

O corpo de Grondona será velado no centro de treinamento da Argentina, em Ezeiza. O enterro será na sexta, no cemitério de Avellaneda.

A AFA será presidida por Luis Segura, vice da entidade e chefe do Argentinos Jrs.

POLÊMICAS

Grondona assumiu a AFA em 1979 e sempre foi visto como um dos cartolas mais fortes do continente, ao lado de João Havelange (ex-Fifa e CBF), Ricardo Teixeira (ex-CBF) e o paraguaio Nicolás Leoz, ex-Conmebol.

Sob o comando de Grondona, a Argentina ganhou a Copa de 1986 e foi vice em 90 e 2014. Também faturou duas medalhas olímpicas de ouro, em Atenas-04 e Pequim-08,.

Ainda sob seu comando o futebol argentino enfrentou greves de jogadores, escândalos de doping, a ascensão dos torcedores violentos e o enfraquecimento dos clubes.

Integrante do comitê executivo da Fifa desde 1998, ocupou o cargo presidente da comissão de finanças e teve papel fundamental na eleição de Joseph Blatter após saída do aliado histórico João Havelange, em 1998. Morreu como vice da entidade.

Esteve envolvido nos maiores escândalos do órgão que gere o futebol mundial. Foi acusado de ter recebido suborno no escândalo ISL (venda de direitos de transmissão da Copa) e também investigado por supostamente ter vendido seu voto para o Qatar na escolha da sede da Copa-2022.

Recentemente, Humberto Mario, filho do cartola e técnico da base argentina, admitiu ter revendido ingressos do Mundial de 2014 para um amigo, o que é proibido.

Grondona sempre foi questionado pela maneira centralizadora e nada transparente de administrar. Em seu primeiro mandato, em 1979, foi acusado de ter sido nomeado a dedo pela ditadura militar.

O fato de prolongar sua gestão por 35 anos também motivou críticas. Costumava dizer que não havia alguém para substituí-lo. Em 2010, disse que só sairia morto.

Também foi acusado de tirar proveito político do cargo. Assim se aproximou do então presidente Néstor Kirchner (e depois de sua mulher, Cristina) e costurou o "Futebol Para Todos", programa estatal que comprou os direitos de transmissão do torneio nacional e deu dinheiro aos clubes.

Teve relação de amor e ódio com Maradona. Neste ano, chamou o ídolo de pé-frio. Não foi perdoado pela torcida. Ao responder as críticas, costumava dizer "todo pasa" (tudo passa), frase que grafou em seu anel de ouro.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página