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Juca Kfouri

Na marca do pênalti

Começa uma semana que pode ser decisiva para o futebol brasileiro reagir depois do fiasco da Copa

A Lei de Responsabilidade Fiscal do Esporte pode ser votada nesta terça-feira como querem as partes envolvidas: o governo, os clubes de olho no parcelamento de suas dívidas e os jogadores, representados pelo Bom Senso F.C..

Estranhamente, o ministro do Esporte entrou em férias, o que tem um lado bom: será um a menos para atrapalhar, tão ambígua tem sido a participação do dirigente do PCdoB.

Mas a pressa de todos tem diferenças substanciais.

O governo quer resolver a questão ainda antes das eleições e cumprir o que prometeu aos clubes e ao BSFC. É exatamente aí que as pressas se opõem.

Os clubes querem aprovar uma lei que mantenha tudo como está, sem contrapartidas sérias de mudança no modelo de gestão que há décadas faz dívidas impagáveis e consagra a impunidade dos cartolas.

Já o BSFC está disposto a aceitar tudo que os clubes quiserem desde que as contrapartidas sejam diretamente proporcionais aos benefícios que vierem a obter. Ou seja, que sejam estabelecidas punições patrimoniais aos cartolas fora de campo e aos clubes dentro, até com rebaixamento de divisão.

As emendas que o BSFC deve apresentar por meio do deputado Romário são o que se poderia chamar de emendas "desde que". A lei proposta pelos clubes tem outro nome, "me engana que eu gosto".

Entre as duas propostas, a promessa da presidente Dilma Rousseff ao BSFC no sentido de fazer de um dos legados da Copa para o futebol brasileiro a inadiável reforma de seu modelo de gestão.

Outras vezes nosso futebol esteve em momentos tão decisivos como o atual: ou os desperdiçou ou os aproveitou parcialmente para, em seguida, mutilar os avanços obtidos.

Nunca, porém, depois de um 7 a 1 e num momento em que, pela primeira vez, há um movimento de jogadores com o poder de formulação e articulação como o BSFC.

Não se surpreenda: o BSFC está adiante da famosa Democracia Corinthiana, e Paulo André, sem o mesmo carisma pessoal ou talento como jogador, pensa e organiza com mais profundidade que o Doutor Sócrates, o que não diminui em nada o segundo, apenas faz justiça ao primeiro.

Há, ainda, o respaldo do pessoal da excelente Universidade do Futebol, assim como a simpatia do empresário Abilio Diniz.

O que permite otimismo, sem exagero ou ingenuidade, é saber que a orientação do governo está muito mais para o rigor do que para, outra vez, passar a mão na cabeça dos que fizeram a dívida e querem seguir vivendo como se não a tivessem feito.

Daí estarmos em dias decisivos.

Caso o melhor não seja possível pelas manobras da bancada da bola com seus cândidos vivaldinos, não será surpresa se nada for votado, porque haverá como obstruir as piores intenções.

Está 7 a 1. Que venha a virada.


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