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Tostão

Enquanto isso...

O Brasil precisa estudar e aprender, em vez de repetir condutas e discursos ultrapassados

A maioria das equipes, em todo o mundo, joga com dois volantes, um ao lado do outro. Geralmente, desarmam e entregam a bola ao meia de ligação. Quando o adversário inicia a marcação no próprio campo, cada vez mais frequente, os meias e atacantes ficam sem espaço para receber a bola, o que obriga os volantes a tocar um para o outro ou para o lateral. São raros os volantes que possuem um passe rápido, preciso e para frente, para pegar a defesa desprotegida. O enorme número de erros de passe no Brasileirão não é somente porque os jogadores passam mal. É também porque, para se livrar da bola, tocam para o companheiro marcado.

Alemanha e Espanha, os dois últimos campeões mundiais, o Barcelona, há tempos, o Bayern, com Guardiola, o atual Real Madrid, campeão da Europa, e algumas outras equipes, geralmente as que mais encantam, atuam com um volante e dois armadores, que marcam como volantes e avançam como meias. Em vez de dois marcadores no meio-campo, são três, e, em vez de um meia de ligação, são dois. O time ataca e defende melhor e com mais jogadores.

Contra o Brasil, a Alemanha, quando perdia a bola, tinha cinco no meio-campo: os três do meio mais um jogador de cada lado, que voltavam para marcar e receber a bola. Quando a recuperava, quatro dos cinco avançavam e se aproximavam do centroavante. O time defendia com cinco no meio e atacava com cinco.

Enquanto isso, Luiz Gustavo atuava encostado nos zagueiros, Oscar, encostado no centroavante, Bernard e Hulk, encostados à lateral, e apenas Fernandinho no meio-campo. Eram cinco contra um. E Felipão disse que a seleção sofreu apenas uma pane de seis minutos.

O Brasil precisa estudar e evoluir. Dunga, para mostrar que estava atualizado, disse que conversou, durante a Copa do Mundo, com vários treinadores. Gilmar Rinaldi falou que ele e Dunga vão viajar para conversar com outros técnicos. Bom, desde que não sejam apenas conversas durante o café da manhã, no intervalo das partidas e em outras rápidas situações parecidas.

Lembro-me de Guardiola. Antes de ser técnico do Barcelona, ele viajou à Argentina, para conversar com os treinadores Menotti e Bielsa. Ele e Bielsa passaram todo o dia e uma noite vendo teipes e discutindo detalhes de partidas.

Lembro-me também de Tite. Ele deixou de trabalhar, de ganhar muito dinheiro, para viajar, estudar e se preparar para ser técnico da seleção, já que Felipão sairia, mesmo se o Brasil fosse campeão.

Lembro-me ainda de uma recente entrevista de Edu Lobo a Roberto D'Ávila, na GloboNews. Ele disse que, no auge do sucesso, largou os shows e, como um desconhecido, passou anos nos EUA, para estudar com os maiores músicos.

Enquanto isso, pessoas despreparadas, interesseiras, bajuladoras e sem nenhuma gana de aprender e de evoluir repetem condutas e discursos ultrapassados e se perpetuam no poder e no comando técnico do futebol. Enquanto isso...


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