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Revelações do esporte brasileiro com chance de competir já na Rio-2016 aparecem nos Jogos Olímpicos da Juventude na China, que começa neste sábado

PAULO ROBERTO CONDE DE SÃO PAULO

As metas de Matheus Santana são anotadas em um pedaço de papel e presas às paredes de sua casa, em Santos.

Tempos, rankings, lemas, tudo compõe o cenário.

Na virada de 2013 para 2014, algumas delas estavam definidas: alcançar a maioridade com tempos nos 100 m livre abaixo de 49s, fechar a temporada entre os 20 melhores do mundo na prova e respirar os Jogos Olímpicos.

Nem foi preciso esperar o fim do ano. Santana, 18, é desde abril o recordista mundial júnior dos 100 m livre, prova nobre das piscinas. Sua marca de 48s35 é a atual sétima melhor do mundo.

Dos 20 principais nadadores na distância em 2014, Santana é de longe o mais jovem.

Ele é um dos nomes mais destacados da nova safra do esporte brasileiro, que começa a despontar e deve defender o país nos Jogos do Rio.

Entre os expoentes dessa geração, estão um arqueiro, um mesa-tenista, uma amazona e um tenista. Todos compõem a delegação brasileira que a partir deste sábado (16) disputa os Jogos Olímpicos da Juventude, em Nanquim, na China.

Com 97 atletas, o país tem o segundo maior contingente do evento --só atrás do anfitrião. Criado em 2010 pelo Comitê Olímpico Internacional, os Jogos da Juventude reúnem competidores entre 15 e 18 anos e se encerrarão no próximo dia 28.

TATUAGEM

O antebraço esquerdo de Santana ostenta uma discreta e quase ininteligível inscrição. "Pai, mãe, família."

A frase, tatuada em persa na pele, foi uma homenagem a quem o apoiou no mais duro período de sua carreira.

Devido à diabete, Santana acabou sendo cortado do Mundial júnior de natação do ano passado. Veio a ideia de deixar o esporte competitivo, mas foi demovida pela família e pelos técnicos.

"Quero duas medalhas em Nanquim [100 m e 50 m livre]", disse Santana. "Sinto que posso fazer algo marcante nos 100 m."

Ele abdicou de disputar o Pan-Pacífico de Gold Coast, principal evento de natação no ano, para ir a Nanquim.

A opção foi tomada em consenso com a confederação de desportos aquáticos e o Comitê Olímpico Brasileiro.

Motivo: Rio-2016. Na conta do COB de chegar ao top 10 e obter cerca de 30 medalhas, Santana pode ser um fator. "Este vai ser um teste importante", disse o velocista.

Seu conterrâneo Marcus Vinícius D'Almeida, 16, concorda. Ele tem obtido marcas históricas no tiro com arco recurvo, modalidade olímpica mas sem tradição no Brasil.

Primeiro, conquistou três ouros nos Jogos Sul-Americanos de Santiago, em março.

Nesta semana, depois de alcançar a semifinal da etapa de Wroclaw da Copa do Mundo, passou a figurar no top 10 do ranking mundial adulto --é o nono da listagem, à frente até de campeões olímpicos.

Em Nanquim, ele surge como favorito maior ao título.

Segundo D'Almeida, seu "projeto é conquistar a medalha olímpica". Para vingar, trocou o Rio por Campinas. Na cidade se localiza o centro nacional de treinamento.

O mesa-tenista Hugo Calderano, 18, também é adepto da mudança de ares para evoluir. Número 67 do ranking, ele é outro expoente da nova geração. Recentemente, venceu o Aberto do Japão sub-21, importante torneio de base.

Isso só aguçou sua necessidade de melhora. Após Nanquim, ele vai morar em Ochsenhausen, na Alemanha. "A melhor liga da Europa hoje é lá. Treinei algumas vezes ano passado, e agora deu certo de permanecer. Vale por treinar e competir com os melhores."

Calderano é o terceiro cabeça de chave na China.

A exemplo dele, Orlando Luz, o Orlandinho, e Marcelo Zormann têm se sobressaído com a raquete. Há um mês, formaram dupla campeã juvenil em Wimbledon, um dos quatro Grand Slams do tênis.

Presentes na chave em Nanquim, eles são os mais cotados ao ouro. São, também, esperanças de dias melhores para o tênis brasileiro.


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