Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Esporte

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Entrevista Paulo Nobre

Sairemos dessa situação em pouco tempo, diz Paulo Nobre

Presidente do Palmeiras reconhece que clube merecia mais no centenário, mas assegura que o time não será rebaixado

DIEGO IWATA LIMA DE SÃO PAULO

Alvo de críticas constantes nos últimos meses, marcados por resultados ruins do Palmeiras, o presidente Paulo Nobre, 46, diz não se arrepender de ter assumido a função.

"É uma honra incomparável", diz o homem que comanda o clube alviverde desde janeiro de 2013. Com direito a reeleição, seu mandato acaba em janeiro de 2015.

Em entrevista à Folha por e-mail, ele afirma que o Palmeiras não será rebaixado no Brasileiro, defende sua gestão --embora afirme não estar satisfeito-- e assume sua parcela de responsabilidade pelo mau momento do time.

Folha - O que o Palmeiras representa em sua vida e qual o momento mais marcante de sua trajetória como torcedor?

Paulo Nobre - Representa tudo em minha vida. Ela não existiria se o Palmeiras não existisse. Nada suplantará a emoção do 12 de junho de 1993 (data em que o Palmeiras conquistou o Paulista, após jejum de 16 anos).

Como torcedor, acredita que o Palmeiras esteja vivendo um ano de centenário à altura de sua grandeza e tradição?

Um centenário à altura da grandeza e tradição do Palmeiras só se tivéssemos sido campeões da Libertadores e estivéssemos na ponta do Brasileiro. Minha insatisfação é com os resultados. As derrotas são reflexo de uma combinação de fatores, que incluem erros de todos, do presidente aos jogadores.

É uma fase complicada, em que a bola bate na trave, nas costas do nosso goleiro e entra. Mas, como mandatário máximo, a maior responsabilidade sempre será minha. Se a bola não entrar, em última análise, a culpa é minha.

Acredita que vai entregar ao seu sucessor, caso não seja reeleito, um Palmeiras melhor do que encontrou?

Sim, mas ainda longe do que deve voltar a ser. Encontramos o clube em uma situação dramática, sem estrutura e com 25% do orçamento. Em nossa gestão, não adiantamos dinheiro de outro mandato. O próximo presidente, seja eu ou outro, encontrará um clube muito mais bem estruturado e profissional.

Se no ano do centenário, com o exposição que a efeméride traz, o clube não conseguiu um grande patrocinador, por que acreditar que conseguirá nos próximos anos?

O Palmeiras é gigante sempre. Em ano de centenário ou não. Vivemos um momento de readequação no mercado de patrocínios, com o acréscimo de ser exatamente no ano da Copa no Brasil.

Não é um problema só nosso. Há dois ou três anos, os grandes conseguiam mais de R$ 20 milhões por ano com a camisa. O cenário não é mais esse. Passado esse novo entendimento, todos voltarão a estampar marcas no uniforme. Inclusive o Palmeiras.

Os departamentos de marketing e futebol profissional têm sido muito criticados por torcedores. No marketing, o senhor, inclusive, demitiu o diretor. Como avalia o trabalho destes departamentos?

O direito de o torcedor criticar é perene. Justo ou injusto, é um direito irrevogável. Mas é claro que não estou satisfeito com os resultados.

Não acredita haver um problema ético em ser credor do clube, direta ou indiretamente, em empréstimos de mais de R$ 100 milhões?

Utilizar minha reputação no mercado era a única forma de o Palmeiras obter financiamento sem estar sujeito às taxas proibitivas que os bancos exigem de clubes de futebol. Pegar dinheiro de outra forma seria impor ao clube uma dívida que se tornaria impagável. O Palmeiras tinha dinheiro para sobreviver até abril de 2013. Optei por não deixar a roda parar de girar.

Sobre o Alan Kardec, que foi para o São Paulo. É fato que o senhor desfez o acerto que o diretor-executivo José Carlos Brunoro havia fechado com o estafe de Kardec, por causa de R$ 20 mil mensais?

Essa informação não procede. O estafe dele já havia acertado com o rival. Mas o Alan Kardec é página virada na nossa história.

Há quem acredite que o Palmeiras é hoje a quarta força do futebol paulista, muito atrás de Corinthians, São Paulo e Santos. Concorda?

Não concordo. O futebol é muito dinâmico. No começo do campeonato, quando fomos o melhor dos paulistas, a avaliação era outra. Até mesmo na campanha do Estadual. Esse tipo de avaliação é muito impreciso.

Valeu a pena realizar o sonho de infância e se tornar presidente do Palmeiras? Por quê?

Sem dúvida. É uma honra incomparável ser presidente do Palmeiras. Por mais difícil que possa ser. Quem pensa algo ao contrário não sabe o que o clube representa.

O Palmeiras será rebaixado à Série B do Brasileiro pela 3ª vez em sua história, justamente no ano do centenário?

Não será rebaixado. Com esse elenco e comissão técnica, temos que estar em um patamar mais alto. Estamos trabalhando para reforçar a equipe, diminuímos o preço dos ingressos, demos todo apoio ao Gareca e tenho certeza de que, com o apoio incondicional dos torcedores, sairemos desta situação num curto espaço de tempo.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página