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Cai Oswaldo, 18º técnico em 18 rodadas

BRASILEIRO
Um dia após o Palmeiras desligar Ricardo Gareca, Santos anuncia a demissão de Oswaldo de Oliveira

ALEX SABINO RAFAEL VALENTE DE SÃO PAULO

Zinho, gerente de futebol do Santos, encontrou um amigo, conselheiro do clube, na semana passada na Vila Belmiro: "Não adianta. Ele treina, mas não consegue fazer a equipe render."

"Ele" era Oswaldo de Oliveira. Nesta terça (2), virou estatística. Tornou-se o 18º técnico a deixar um time da Série A do Campeonato Brasileiro-2014 em 18 rodadas.

Enderson Moreira acertou salários e deve ser apresentado como novo treinador da equipe nos próximos dias.

Em nota, Oswaldo admitiu surpresa com a demissão.

Era uma decisão que vinha sendo debatida desde o mês passado. O desempenho santista descontentava integrantes do Comitê de Gestão.

O principal motivo da insatisfação é a situação do time na tabela do Brasileiro.

Apesar de contar com um ataque que recebe R$ 1 milhão por mês de salários (Robinho e Leandro Damião), o Santos patina. Ocupa a 13ª posição. Está a nove pontos da área de classificação para a Libertadores e a seis da zona de rebaixamento.

Foi o argumento final dentro do órgão santista para que Oswaldo fosse mandado embora. Dentro do comitê, que toma as decisões no clube, apenas o presidente Odílio Rodrigues e o conselheiro José Paulo Fernandes queriam dar mais tempo ao técnico.

A discussão sobre quem seria o substituto já acontecia enquanto o agora demitido técnico ocupava o cargo.

Dorival Júnior, que pode assumir o Palmeiras após a demissão de Ricardo Gareca na segunda (1º), chegou a receber um telefonema de representante alvinegro. Tite foi citado. Mas o consenso foi obtido com Enderson Moreira. Aos 42 anos, o ex-técnico de Fluminense, Goiás e Grêmio é considerado no Santos o mais promissor nome da nova geração de técnicos.

"É TUDO ALEATÓRIO'

O atual cenário no Brasil, com 18 técnicos trocados em 18 rodadas do Brasileiro, não assusta Leonardo, ex-dirigente do PSG e ex-técnico de Milan e Inter de Milão. Para o cartola, o que ocorre no país é comum em alguns clubes da Europa e só se explica pela falta de planejamento.

"Não há projeto esportivo. O dirigente não faz um trabalho técnico nem analisa as necessidades. É tudo aleatório. Quando há uma crise, atribui-se o problema ao técnico e ocorre a troca. Muitas vezes sem ter ideia de quem contratar. É tentativa e erro", afirma Leonardo à Folha.

O dirigente defende que os clubes devem definir os objetivos na temporada e, com critérios técnicos, selecionar os treinadores que melhor se encaixam dentro deste pensamento para comandar o time.

Alexandre Kalil, presidente do Atlético-MG desde 2008, também não se assusta com o cenário atual de troca de técnicos. "Não afeta nada. Ninguém fica desempregado. Logo aparece clube", disse.

Kalil também vê falta planejamento. Mas faz um mea-culpa. Demitiu Paulo Autuori após a primeira rodada do Brasileiro. Considerou que o trabalho do substituto de Cuca --técnico campeão da Libertadores que preferiu treinar o chinês Shandong Luneng-- não estava fluindo.

"Não sou exemplo. O limite do trabalho de um técnico é quando não há evolução."

Para justificar o raciocínio, cita o início do trabalho de Cuca no Atlético-MG, em 2011. O treinador passou os primeiros sete jogos sem vitória. Foi mantido e, em 2013, levou o clube à conquista inédita da Libertadores.

"Às vezes a troca pode ajudar, mas técnico não faz milagre. Precisa de time, peças de qualidade e planejamento. O resto é bobagem", diz Kalil.


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