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Água no chope

Argentina estraga a festa da Alemanha em amistoso que deixou mais evidente descompasso entre futebol dessas seleções e o jogado no Brasil

LÚCIO RIBEIRO COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Num jogo festivo de importância relativa, mas com algumas simbologias para o futebol, a poderosa seleção da Alemanha foi derrotada pela não menos poderosa Argentina nesta quarta (3) por 4 a 2 em Dusseldorf, resultado que ganhou contornos de vingança. Água no chope.

A partida reeditou a grande final da Copa no Brasil, que aconteceu em julho no Maracanã, daquela vez vencida pela seleção alemã, algoz da maior tragédia da história recente do futebol brasileiro, os vexatórios 7 a 1.

Mesmo numa espécie de ressaca pós-Mundial, com algumas experimentações, estreias e desfalques importantes de ambos os lados, foi um grande confronto esse amistoso marcado bem antes de os rivais saberem que decidiriam o Mundial.

Com a Alemanha tentando se impor pela posse da bola e a Argentina bem preparada nos contra-ataques objetivos, a partida foi bastante movimentada.

Craques como Messi, Lahm e Schweinsteiger, estrelas da final há quase dois meses, não estiveram em campo ontem. Na ausência desses, Di María foi o nome do jogo. O Messi na ausência do Messi.

Fez um belo gol de cavadinha e deu o passe para os outros três tentos argentinos, que foram marcados por Agüero, Lamela e Fernández. Schürrle e Götze fizeram os da Alemanha.

PAÍS DO FUTEBOL, DE FATO

Comemorativo para os campeões do mundo, o jogo foi em Dusseldorf, uma das muitas cidades que mostram por que a Alemanha é mesmo o "país do futebol" hoje, a despeito do resultado do amistoso de ontem.

Cerca de 55 mil pessoas estiveram na Esprit Arena para ver a partida. Mais de 40 mil foram assistir ao treino às vésperas.

Milhões viram o jogo em pubs, espalhados pelo país, prática constante até em um jogo tipo Bayern, de Munique, e Schalke 04, de Gelsenkirchen, num bar em Colônia.

Campeonato nacional superdisputado, ingressos quase impossíveis de conseguir. Muitas camisas de times nas ruas. Adesivos de clubes em carros. Molecada jogando bola nos vários parques dentro das cidades, inúmeros campos de grama ocupados nas estradas e fora delas. Difícil não imaginar a Alemanha ganhando muitas das próximas Copas.

Com exceção dos alemães, que armaram a festa frustrada do tetra conquistado, e os argentinos, que estavam estreando o seu técnico, Tata Martino, ambos com interesses próprios, o povo mais impactado pelo amistoso de ontem foi, ou deveria ter sido, o brasileiro.

Se não pela comparação de força técnica e tática e organizações gerais, sim pela saudade --palavra bem brasileira-- do grande confronto da final do Maracanã que semanas atrás opôs o mesmo Alemanha x Argentina.

Ao fim do Mundial, essas equipes deixaram aqui como "herança" jogos sofríveis no Campeonato Brasileiro, seleção trilhando caminhos duvidosos e o time comandado por Felipão, o outrora técnico na Copa, condenado em um tribunal por atos racistas da sua torcida.


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