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Academia em garagem forja judoca número 1 do mundo

EDUARDO OHATA DE SÃO PAULO

Suor escorrendo pelo rosto, o líder do ranking treina no dojô (área com tatame) com a reserva da seleção.

Um outro judoca, que se destacou entre os juvenis, observa, enquanto espera a vez de afinar a técnica no tatame.

Treino da CBJ (Confederação Brasileira de Judô)? Não.

Os personagens do treino são, respectivamente, o judoca Charles Chibana e os seus primos, Gabriela e Mike.

O cenário dos treinos é a garagem de um prédio na Vila Carrão (zona leste de São Paulo), na qual foi erguida um dojo. Os vizinhos não reclamam, pois todos os quatro andares, com oito apartamentos, são ocupados exclusivamente pelo clã Chibana (incluindo Gabriela e Mike).

Após a aquisição do terreno, o prédio foi erguido pelo pai e tios de Charles, desejo do patriarca Kohan, que queria manter sua família unida.

A garagem foi o palco onde foi forjada a técnica de Charles, que neste domingo (28) enfrenta o japonês ex-campeão mundial Jumpei Morishita em desafio no Teatro Bradesco, no Shopping Bourbon (às 10h, com transmissão pela TV Globo).

"Só vejo vantagem em ter uma academia na garagem", argumenta Charles, que desde os 13 anos era treinado no local pelo pai quando este retornava à noite do serviço.

"Às vezes, assistia [pela TV] alguém aplicando uma técnica diferente em um torneio e, na hora, descia para a garagem para praticá-la."

Outra vantagem propiciada pelo dojo na garagem foram os treinamentos com o pai, Mário, que é técnico da modalidade no Corinthians --Charles luta pelo Pinheiros.

Recentemente, Charles deixou a casa dos pais para evitar o trânsito entre o prédio e o Pinheiros, mas volta semanalmente ao local.

"Agora quem mais usa o dojo é a Gabriela e o Mike", diz o líder do ranking. E lembra que muitos dos seus primos, ainda na infância, brincam e ensaiam os primeiros golpes no tatame da garagem.

"E não, não me incomoda o cheiro de combustível [dos carros estacionados] quando treino", conclui Charles, rindo. "Na verdade, nem sinto."


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