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Tostão

Tudo na mesma

Após o 7 a 1, tudo continua como antes; os mesmos chavões, conceitos e discursos estreitos e rígidos

Estender o braço, por reflexo ou intenção, e tocar na bola deveria ser a única razão clara e objetiva para a marcação de um pênalti. Na maioria das vezes, a decisão é interpretativa, subjetiva e de bom senso. Os erros são inevitáveis. É preciso diminuí-los, e muito, como acontece em outros países.

Ter ou não intenção não ajuda em nada. Somente um louco quer fazer um pênalti, a não ser se a bola estivesse entrando no gol, e o jogador trocasse o pênalti e a expulsão pela possibilidade de o batedor errar a cobrança. Na maioria das vezes, é um grande erro, pois o time fica com dez e ainda sofre o gol.

Todos, leitores e jornalistas, deveriam ler o artigo de Hélio Schwartsman, na Folha da última quinta-feira ("Ombudsman por um dia"), sobre a objetividade e a subjetividade no jornalismo, conceitos que servem para todas as atividades.

Na longa entrevista que deu à Fox Sports, o dogmático Dunga disse que Robinho sempre jogou bem na seleção brasileira -nem sempre- e que Kaká poderá ser chamado.

Não ficarei surpreso se Luis Fabiano fizer mais uns gols e completar o trio da Copa do Mundo de 2010, já que a posição de centroavante está vaga. Pensando em 2018, é desanimador.

Dunga quer vitórias. Será elogiado e continuará até o Mundial de 2018. O 7 a 1 será logo esquecido, ainda mais se o Brasil ganhar um amistoso contra Alemanha, como quer Marin. Tem de ser logo, para aproveitar a ressaca do título.

Dunga falou ainda que, individualmente, o Brasil estava, na Copa, no mesmo nível da Alemanha, e que o problema foi coletivo. Sem querer, criticou Felipão.

Foram as duas coisas. Se fizessem um combinado entre Brasil e Alemanha, haveria somente três brasileiros: Neymar, Thiago Silva -embora sejam ótimos os zagueiros alemães- e Marcelo, já que o lateral-esquerdo da Alemanha era muito fraco.

Há vários anos, escrevo que o Brasil precisa, com urgência, voltar a formar mais jogadores especiais, craques. Bons, há demais, e qualquer seleção tem.

Dunga mostrou na seleção que é um eficiente treinador. O que me deixou perplexo em sua volta, e que também surpreendeu a quase todos, é a repetição dos mesmos conceitos, chavões e do discurso óbvio, retilíneo e superficial do técnico.

Profissionais de todas as áreas tendem à repetição do que um dia deu certo, mesmo que conheçam todas as informações, a evolução técnica e científica e que os fatos mostrem o contrário. É o pensamento mágico.

Além disso, no futebol, se ganha e se perde por dezenas de outros fatores técnicos e por inúmeras situações ocasionais.

O maior erro de Felipão foi achar que tudo o que deu certo na Copa das Confederações deveria ser repetido na Copa do Mundo. A situação era bem diferente.

O futebol brasileiro precisa de algo novo, que não será com Dunga, Gallo, Gilmar, muito menos com Marin e Del Nero.


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