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Antes de receber o bronze, brasileiras caem no choro

VÔLEI
Seleção bate Itália no Mundial, mas derrota na semifinal ainda dói

MARCEL MERGUIZO ENVIADO ESPECIAL A MILÃO

Sheilla e Fabiana se abraçam, choram e deixam a quadra onde acabaram de conquistar a medalha de bronze no Mundial. Pode ter sido o último delas, amigas que dividem quartos em competições pela seleção, como neste mês na Itália, há 11 anos.

A emoção era pela vitória por 3 sets a 2 sobre a Itália, que teve o apoio de 12 mil barulhentos torcedores em Milão e uma oposta de 2,02 m chamada Valentina Diouf que fez 31 pontos neste domingo (12).Tantas lágrimas que escorriam dos rostos das brasileiras, porém, tinham começado a se formar no dia anterior.

A derrota por 3 a 0 para os EUA, a única em 13 partidas do Mundial, machucou. "Todas elas choraram", contou o técnico José Roberto Guimarães. "Fui dormir às 2h30 com o jogo martelando na cabeça", disse a capitã Fabiana, 29.

Atletas e comissão técnica se reuniram na noite de sábado (11), no hotel. Todos falaram. Acordaram ontem para ver o vídeo que o treinador preparou sobre as rivais e fizeram um pacto pelo bronze.

"Este foi o jogo mais difícil da minha vida", afirmou Sheilla, 31. "É felicidade de reverter a situação de ontem e tristeza de não estar na final."

A comoção não era apenas das experientes. A oposto Tandara, 25, no primeiro Mundial, também desatou a chorar. "Estamos muito baqueadas. Merecíamos o pódio de alguma maneira", disse. "Estou triste, mas estou aliviada de levar uma medalha para casa", resumiu.

No pódio, ao receber o bronze, as brasileiras, já recompostas, sorriram.

Zé Roberto revelou que encontrou as jogadoras com a autoestima muito baixa para a disputa do bronze e acredita que a superação pode servir de lição para a Rio-2016.

"Meio feliz, meio triste", o técnico ainda falou que estava sentindo um "vazio" por não estar na decisão.

Mais abalada estava a ponteira Jaqueline, 30. Ela chegou a dizer que podia ter sido seu último jogo pela seleção.

"Vou cuidar do meu filho [Arthur, de nove meses] e da minha família. Mas o esporte que gosto de fazer, meu trabalho, não vou ter", disse.

Ela não tem contrato com nenhum clube no Brasil, por causa de um ranking que limita o número de atletas da seleção a dois por time, e não quer atuar fora do país.

Zé Roberto a convocou mesmo após cerca de um ano parada e acredita que ela vai voltar a jogar no Brasil em breve. Ele sabe que precisa dela e das todas as outras bem para que o choro na Olimpíada seja apenas de alegria.


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