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Cancelamento frustra anônimos em NY

ATLETISMO Corredores amadores lamentam decisão de não realizar maratona por causa da tempestade Sandy

Mario Tama/Getty Images/AFP
A canadense Brighid Lane, que participaria da maratona
A canadense Brighid Lane, que participaria da maratona
EDUARDO OHATA DE SÃO PAULO SANDRO MACEDO EDITOR-ASSISTENTE DE “ESPORTE”

A Maratona de Nova York é a mais popular do mundo. Leva em média 47 mil corredores às ruas da cidade por ano, a maioria de amadores. E é essa parcela de não profissionais a que mais se frustrou com o cancelamento da prova, que aconteceria hoje.

"Estava planejando essa maratona há 14 anos", lamenta Carlos Ribeiro, 36.

"Antes não tinha condições para fazer o tempo [da maratona]", afirma o diretor financeiro, que participou de outras duas das mais tradicionais maratonas do calendário mundial: Chicago, em 2010, e Berlim, em 2011.

Em Nova York, Ribeiro correria com um grupo de amigos, com o qual treina há cinco meses e foi pego de surpresa pela notícia: "Uma pessoa no metrô me falou e, depois, uma amiga que está aí no Brasil. Não temos ainda nenhuma informação se seremos reembolsados", disse Ribeiro, que comprou pacote para Nova York no começo do ano.

O brasileiro não teve dificuldades com o voo para a cidade, castigada durante a semana pela tempestade Sandy. "Saí de São Paulo na quinta sem problemas. Alguns da equipe tiveram voos cancelados, mas estão todos aqui."

Mesmo decepcionado, Ribeiro não desistiu. "Para um maratonista, essa é a maior das maiores. Estaremos aqui em uma outra oportunidade. Essa maratona é mágica."

Após pegar um voo de Portland para Nova York, a canadense Brighid Lane tinha acabado de chegar à cidade, para passar o fim de semana no East Village, quando soube do cancelamento.

Foi um ano de treinos para a prova desperdiçado.

TEORIA DA CONSPIRAÇÃO

O anúncio do cancelamento feito à última hora alimentou ainda teoria conspiratória por parte dos inscritos.

"Metade da cidade dizia que a maratona deveria ser cancelada por causa dos estragos, e a outra metade defendia que ela acontecesse pelo lado financeiro", afirmou Paulo Roberto Pereira, 48, executivo de vendas.

"Será que só agora perceberam que não dava?", questiona, de maneira retórica.

"Eu e grande parte dos corredores já estão aqui, movimentando a economia local", disse Pereira, que lamentou os três meses de trabalho específico de preparação.

"Mesmo sem corrida, eles distribuíram kits [para os competidores]. Isso acontece em meio a uma feira [de artigos esportivos]. E o que acontece lá? Você faz compras."

"É uma pena. De todo o jeito o que fica é a frustração. Já participei de 12 maratonas, mas essa seria a primeira em Nova York", suspira Pereira.

O técnico Fabio Rosa, que acompanha um grupo, explica que não haverá ressarcimento da taxa de inscrição, mas que a presença de quem iria participar neste ano está garantida no ano que vem.

"A feira [onde os kits são retirados] está cheia, algumas pessoas estão chateadas, mas acho que a maioria não."

A reação mais comum entre os maratonistas foi devolver os suvenires. "Acho que para não se lembrar da maratona que acabou não acontecendo", afirma Rosa.

A frustração é compartilhada até por quem teve a sorte de substituir a maratona.

"A gente fica condoído pela preparação de meses que o pessoal que iria correr perdeu. Sei o quanto é difícil. Eu iria a Nova York, mas mudei de ideia no meio do caminho e disputei Berlim", declarou Mario Luiz Sarrubbo, 49, procurador de Justiça do Ministério Público de São Paulo.


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