Folha de S.Paulo

Desespero

Palmeiras 2
Barcos, aos 29min do 1º tempo e aos 46min do 2º tempo
Botafogo 2
Lodeiro, aos 21min do 1º tempo, e Elkeson, aos 19min do 2º tempo

RAFAEL REIS ENVIADO ESPECIAL A ARARAQUARA

O Palmeiras está a um passo de voltar para a Série B.

O confronto do próximo domingo, contra o Fluminense, em Presidente Prudente, que pode dar aos cariocas o título brasileiro, também pode sagrar o rebaixamento da equipe paulista com três rodadas de antecipação.

O empate de ontem com o Botafogo, em Araraquara, e a vitória do Bahia ante a Portuguesa foram quase tiros de misericórdia ao Palmeiras.

Antepenúltimo colocado, o time dirigido por Gilson Kleina tem 33 pontos, sete a menos justamente que baianos e lusos, os primeiros fora da zona de rebaixamento.

Se perder para o Fluminense e os rivais diretos vencerem suas partidas na próxima rodada, esses sete pontos virarão dez e serão impossíveis de serem tirados nos três últimos jogos -desde que o STJD mantenha a vitória do Inter sobre os palmeirenses em julgamento que deve acontecer nesta semana.

A Portuguesa é a primeira a entrar em campo no fim de semana que vem. Ainda no sábado, visita o Botafogo. No domingo, o Bahia enfrenta o Cruzeiro em Belo Horizonte.

"Agora temos que vencer os quatro jogos que faltam", disse o técnico Gilson Kleina, antes de saber que o clube nordestino havia sido o vencedor no Canindé. O Palmeiras jamais venceu quatro jogos seguidos neste Nacional.

Só com 100% de aproveitamento nas rodadas que restam o alviverde poderá chegar (e superar) a meta de 44 pontos que o treinador imagina necessária para escapar do descenso. Mas talvez nem mesmo essa arrancada derradeira seja suficiente.

Ontem, o Palmeiras foi o retrato de um time à beira do abismo, nervoso e sofredor. Que tenta muito, mas sofre com suas limitações e erros.

Maurício Ramos tinha a bola dominada e nem sofria pressão de adversários. Mas errou o passe e armou o contra-ataque que fez o Botafogo sair na frente no placar.

Até chegou ao empate, aos trancos e barrancos e com um dos poucos jogadores absolvidos pela torcida. Barcos aproveitou desvio de cabeça de Patrick Vieira e marcou.

Mas as falhas prosseguiam. Maurício Ramos errou de novo. Desistiu de um bicão e preferiu arriscar um toque leve por cima do marcador. Levou o carrinho. Ficou no chão, reclamando de falta inexistente, enquanto Elkeson festejava o segundo gol.

Aí, o desespero bateu de vez. O Palmeiras pressionou, mas desperdiçou chances incríveis. Patrick Vieira se complicou com a bola quando tinha o gol vazio. Márcio Azevedo salvou em cima da linha uma finalização de Barcos.

Só não perdeu mais uma vez porque Barcos, já nos acréscimos, dominou a bola no peito e acertou no ângulo.

"Enquanto tivermos chances vamos brigar. Temos homens dentro do vestiário", esbravejou o atacante Luan.